As Eleições 2022 terão um novo modelo de urna eletrônica, que será utilizado pela primeira vez. Apresentada em dezembro do ano passado, a nova versão é “mais moderna e segura”, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Fabricada pela Positivo Tecnologia, vencedora da licitação e que produzirá 225 mil unidades de um total de 577 mil equipamentos necessários para o pleito, a nova urna adiciona mais recursos de acessibilidade e ferramentas para melhorar a segurança e a transparência. Agilizar o processo de votação é outro objetivo ao usar o equipamento.
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O modelo UE2020 da Positivo é produzido em Manaus (AM), seguindo rigorosos padrões de segurança, de acordo com o órgão. Todas as etapas de fabricação são acompanhadas por especialistas da Coordenadoria de Tecnologia Eleitoral (Cotel) da Secretaria de Informação do TSE.
O novo modelo de urna eletrônica das Eleições 2022 tem um design diferente.Fonte: Shutterstock
Ela também traz um projeto customizado conforme as características do eleitor brasileiro, incluindo novo design. Apesar das mudanças, o tradicional barulhinho que pode ser ouvido após o eleitor votar, finalizando o processo, foi mantido na nova urna para as eleições 2022.
O que muda na urna eletrônica das Eleições 2022
A nova urna eletrônica da Positivo para as Eleições 2022 inclui várias melhorias em relação ao modelo anterior. Um dos destaques é a mudança do processador, que segundo a fabricante oferece uma velocidade 18 vezes maior, tornando o dispositivo mais ágil.
O Terminal do Mesário ganhou teclado digital.Fonte: TSE/Divulgação
Também vale ressaltar a presença de um teclado aprimorado, incluindo teclas de duplo fator. Com essa melhoria, o próprio teclado pode acusar erro, em caso de mau contato ou tecla com curto-circuito intermitente, facilitando a manutenção da máquina.
Confira outras mudanças no novo modelo de urna eletrônica para 2022:
- Uso de bateria do tipo Lítio Ferro-Fosfato, que não precisa de nova carga após ser ativada, durando por toda a vida útil da urna, reduzindo custos de conservação;
- Aceitação de pendrives, oferecendo uma maior flexibilidade logística para os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) na geração de mídias;
- Terminal do mesário vem com tela totalmente gráfica e sensível ao toque, eliminando o teclado físico;
- Novos recursos de acessibilidade, como sintetização de voz aprimorada para pessoas com deficiência visual, falando nomes de suplentes e vices, além da possibilidade de cadastrar um nome fonético, e intérprete de Libras na tela da urna, para pessoas com deficiência auditiva, indicando os cargos em votação.
O que não muda
Mesmo trazendo um novo layout e recursos inéditos, a urna eletrônica que estreia nas Eleições 2022 mantém algumas características do modelo passado. Uma das principais é a indisponibilidade de conexão do equipamento com qualquer tipo de rede, internet ou aparelhos via Bluetooth.
Recursos de segurança foram aprimorados no novo modelo.Fonte: TSE/Divulgação
As ferramentas mais modernas de criptografia, assinatura e resumo digitais também continuam presentes na nova versão. Segundo o TSE, elas garantem que apenas o sistema e o programa desenvolvidos pelo órgão, certificados pela Justiça Eleitoral, sejam executados nos dispositivos.
Veja o que mais não muda com as novas urnas:
- Impressão da zerésima, comprovante que demonstra, no início da votação, a inexistência de voto registrado na urna para nenhum candidato;
- Emissão dos Boletins de Urna (BUs) após o fim da votação, possibilitando a afixação em cada seção eleitoral e a distribuição de cópias aos partidos;
- Etapas de segurança integrantes do Ciclo de Transparência Democrática, como a cerimônia de lacração das urnas após a inspeção dos códigos-fontes do sistema e dos programas por partidos, universidades e entidades públicas;
- Registro Digital do Voto (RDV), com as informações sobre os votos sendo embaralhadas para assegurar o sigilo da votação;
- Teste de Integridade realizado no dia da eleição, em dezenas de urnas prontas para uso, possibilitando confirmar a segurança dos equipamentos;
- Possibilidade de auditoria das urnas, seja antes, durante ou após o pleito, por partidos, instituições fiscalizadoras integrantes da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e a sociedade em geral.
Segurança validada por universidades
A nova urna eletrônica 2022 teve a segurança testada por três universidades, sendo exposta aos mesmos ataques executados nos experimentos anteriores com os demais modelos. Conforme especialistas da Universidade de São Paulo (USP), o equipamento preservou todas as proteções existentes, não sendo possível alterar o destino e a integridade de uma votação.
Já os técnicos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) analisaram os códigos-fonte do sistema da urna durante três meses. De acordo com as instituições, os testes confirmaram a segurança e a confiabilidade do software que será usado nestas Eleições.
Os resultados sobre a segurança da urna eletrônica das Eleições 2022 foram divulgados no dia 25 de agosto pelo TSE.
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