O Japão deu início nesta semana a uma guerra contra um inimigo de mais de 50 anos: os disquetes de armazenamento de dados, além de outras formas obsoletas de mídia. Após tomar posse no início de agosto, o Ministro de Assuntos Digitais do país, Taro Kano, quer mudar cerca de 1,9 mil tipos de procedimentos e formulários que ainda demandam os disquinhos flexíveis.
Anunciada em uma conferência de imprensa realizada na terça-feira (30), segundo a Bloomberg, a medida tem como objetivo modernizar os procedimentos burocráticos, movendo o processo de envio de informações diretamente para a internet e aposentando também o fax, outro “desafeto” de Kano.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
De acordo com a apresentação de uma força-tarefa digital do governo, liderada pelo ministro, alguns obstáculos legais têm impedido a implantação de tecnologias modernas, como o armazenamento de dados em nuvem. A missão do grupo é rever essas situações e anunciar correções concretas até o final deste ano.
"Onde compro um disquete?"
Digital Minister declares a war on floppy discs.
— KONO Taro (@konotaromp) August 31, 2022
There are about 1900 government procedures that requires business community to use discs, i. e. floppy disc, CD, MD, etc to submit applications and other forms. Digital Agency is to change those regulations so you can use online.
Um dos políticos com maior visibilidade do Partido Liberal Japonês, Kono tem apregoado seu desejo de modernizar a tecnologia no governo do Japão desde a época em que foi ministro da Reforma Administrativa, entre 2020 e 2021.
Na época, seus alvos eram, além da máquina de fax, o hanko, um carimbo vermelho que funciona como uma espécie de selo para autenticar documentos oficiais, como certidões de casamento por exemplo. O ministro perdeu a "batalha" contra os dois.
Depois que a IBM introduziu a tecnologia em 1971, os disquetes de 3,5 polegadas foram aperfeiçoados para uma capacidade de 1,44 megabytes justamente pela japonesa Sony, doze anos depois. No entanto, a gigante de Minato já não fabrica esses dispositivos removíveis desde 2011. "Onde compro um disquete desses hoje em dia?", perguntou Taro aos jornalistas.
Fontes
Categorias