O ex-chefe de segurança cibernética do Twitter, Peiter Zatko, acusou a plataforma de mentir aos reguladores dos Estados Unidos sobre seus mecanismos de defesa contra ataques cibernéticos e esforços para combater spam. Essas e outras denúncias feitas por ele foram reveladas pelo The Washington Post nesta terça-feira (23).
Enviadas no mês passado ao Departamento de Justiça dos EUA, à Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e à Comissão Federal de Comércio (FTC), as denúncias de Zatko indicam que a rede social fez várias “declarações falsas e enganosas” a respeito da segurança e privacidade da plataforma. Além do governo federal, a empresa teria enganado usuários e acionistas.
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Um dos problemas citados por ele é o amplo acesso ao software principal da companhia, liberado para mais de 7 mil funcionários sem qualquer monitoramento, possibilitando os mais variados tipos de hacks envolvendo contas de usuários de alto perfil. Ele diz ainda que mais da metade dos servidores da rede social estão desatualizados e vulneráveis.
O denunciante foi contratado para a empresa pelo ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey.Fonte: Unsplash
Situação que motivou o fim da negociação para a venda do Twitter a Elon Musk, a quantidade de bots existentes no microblog também foi comentada na denúncia. Segundo o ex-funcionário, a plataforma prioriza o crescimento do número de usuários em vez de combater o spam, inclusive oferecendo bônus milionários para os executivos.
Resposta às denúncias
Em um memorando enviado aos colaboradores, o CEO do Twitter Parag Agrawal descreveu Zatko como um ex-funcionário demitido por “liderança ineficaz e desempenho ruim”. O chefe da plataforma disse ainda que as denúncias estão “repletas de inconsistências e imprecisões”.
As alegações devem começar a ser analisadas em breve pelo Comitê de Inteligência do Senado dos EUA. Outro detalhe é que o antigo líder de segurança cibernética da rede social foi intimado pelos advogados de Musk para depor no processo movido contra a empresa, cujo julgamento está marcado para outubro.
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