A Visa será processada por uma vítima de abuso sexual cujo vídeo foi publicado no Pornhub e visualizado milhões de vezes. Conforme decisão de um tribunal da Califórnia (Estados Unidos) publicada na sexta-feira (29), a gigante do setor financeiro ajudou a plataforma de conteúdos adultos a “monetizar pornografia infantil”.
O caso em questão é o da jovem Serena Fleites, que tinha 13 anos em 2014 quando o então namorado a teria pressionado para fazer um vídeo de sexo e disponibilizado a gravação no site, sem a sua autorização. A história foi contada pelo The New York Times em 2020, resultando na exclusão de milhões de vídeos não verificados.
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Fleites alega que a Visa foi cúmplice da MindGeek, controladora do site adulto, ao processar pagamentos que permitiram à empresa lucrar com o vídeo no qual era abusada. A gravação original tinha 400 mil visualizações até ser descoberta por ela, que solicitou a sua remoção.
O caso de Fleites levou a várias mudanças na publicação de vídeos no Pornhub.Fonte: Unsplash
No entanto, o vídeo havia sido baixado por usuários que o repostaram diversas vezes, com um dos envios alcançando 2,7 milhões de visualizações e rendendo uma monetização ainda maior, segundo a autora do processo. Ela argumenta que a situação lhe causou problemas familiares, vício em heroína e até tentativas de tirar a própria vida.
Empresas se defendem
Acusada de fornecer as ferramentas para a MindGeek lucrar com os vídeos, a Visa disse que o processamento dos pagamentos para o Pornhub não significa que ela concordou em participar de “qualquer tipo de tráfico sexual”. A empresa reiterou que condena a exploração sexual e a divulgação de materiais de abuso infantil.
Já a dona do site adulto afirmou ter adotado “tolerância zero” para a publicação de conteúdos ilegais e banido uploads de usuários não identificados. Além disso, a plataforma diz ter proibido downloads para não assinantes e melhorado seus processos de moderação.
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