Uma reportagem exclusiva publicada pela Reuters nesta quinta-feira (4) afirma que os trabalhadores da Samsung no Vietnã já estão sofrendo o impacto da desaceleração global na demanda por eletrônicos. De acordo com a agência de notícias, a gigante sul-coreana cortou sua produção de smartphones em Thai Nguyen, que produz mais de 100 milhões de aparelhos anualmente.
Embora a Samsung tenha garantido, durante a apresentação dos seus (ótimos) resultados no final de julho, que as expectativas em relação às vendas de smartphones é de que elas permaneçam estáveis ou até possam aumentar em um dígito no segundo semestre, esse otimismo não está claro no Vietnã.
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Entrevistados pela Reuters, a maioria dos trabalhadores vietnamitas das fábricas da Samsung disse que os negócios não vão nada bem. Embora reconheçam que, no ano passado, a produção de smartphones estava no auge, as coisas agora estão diferentes: algumas linhas de produção estão trabalhando apenas três dias por semana e as horas extras foram proibidas.
Desaceleração nas vendas
A Samsung transformou o distrito agrícola de Thai Nguyen no maior centro industrial do Vietnã. (Fonte: Samsung/Reprodução.)Fonte: Samsung
O que os trabalhadores comentam em Thai Nguyen, antigo distrito agrícola transformado em um dos maiores centros industriais da Ásia, pode ser comprovado nos maiores armazéns norte-americanos – como o Best Buy e o Target Corp – que, segundo a Reuters, encontram-se abarrotados de eletrônicos, à medida que os consumidores apertam os cintos após a farra de consumo da pandemia da era covid.
Quando a Samsung se estabeleceu na região, há cerca de dez anos, benefícios impensáveis na vila de agricultores, como refeições e acomodações subsidiadas ou gratuitas, atraíram milhares de jovens do país inteiro. Porém, a redução das jornadas de trabalho tem deixado muitos trabalhadores em situação de aperto.
Embora não acreditem em cortes de emprego, alguns empregados da Samsung tiveram seus salários reduzidos pela metade. O cenário, por enquanto, é desolador.