Em uma entrevista recente à BBC, o CEO do WhatsApp, Will Cathcart, afirmou que a segurança dos usuários da plataforma não será reduzida por nenhuma decisão governamental. Como o aplicativo é usado por milhões de pessoas ao redor do mundo, Cathcart argumenta que as regras de privacidade devem ser as mesmas em todos os países.
No início de julho, o governo do Reino Unido criou uma proposta de lei para forçar o WhatsApp, e outros aplicativos de mensagens, a permitir a realização de varreduras otimizadas nas mensagens para procurar por conteúdos de abuso sexual infantil — caso as empresas não atendam os requisitos, o governo pode aplicar multas caríssimas.
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"A digitalização do lado do cliente não pode funcionar na prática. Se tivéssemos que diminuir a segurança para o mundo, para acomodar o requisito em um país, seria muito tolo aceitarmos, tornando nosso produto menos desejável para 98% de nossos usuários por causa dos requisitos de 2%", disse Cathcart.
O CEO também disse que o WhatsApp já detectou centenas de milhares de imagens de abuso infantil e que existem outras técnicas eficazes. Fonte: Unsplash
A instituição britânica Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra Crianças criticou o WhatsApp, argumentando que a linha de frente do abuso sexual infantil acontece principalmente por mensagens diretas. Segundo um porta-voz da instituição, dois terços dos abusos identificados atualmente são encontrados em mensagens privadas.
Questão ética de segurança
Até agora, aplicativos de mensagens como WhatsApp, Messenger e Telegram usam um sistema de criptografia de ponta a ponta (E2EE) que oferece ótima segurança, pois apenas o dispositivo destinatário da mensagem pode descriptografar a informação.
Segundo a BBC, a maioria dos especialistas acredita que a varredura realizada pelos governos seja a opção mais tangível para a detecção de informações ilegais, já que não parece existir outra forma de encontrar essas informações sem destruir os fundamentos dos protocolos de segurança dos aplicativos.
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