Autoridades russas anunciaram na segunda-feira (18) uma nova multa aplicada ao Google no país, por repetidas “violações de conteúdos” relacionadas à atuação das tropas do país na invasão à Ucrânia. De acordo com a Reuters, o valor da penalidade equivale a US$ 373 milhões, ou R$ 2,02 bilhões pela cotação atual.
O principal alvo do governo nesta multa é o YouTube, que ao contrário do Twitter e das plataformas da Meta não foi bloqueado no país. O serviço de vídeos estaria sendo utilizado para propagar "notícias falsas sobre a operação militar especial na Ucrânia”, na visão do Kremlin.
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Segundo o Roskomnadzor, órgão responsável pela regulação do setor de telecomunicações na Rússia, o YouTube deixou de restringir vídeos que desacreditam as forças armadas lideradas por Vladimir Putin. Além disso, estaria permitindo a exibição de conteúdos que promovem “visões extremistas” e incentivam a participação em protestos.
O YouTube se tornou o alvo dos reguladores russos, nesta nova multa.Fonte: Unsplash
Como deixou de atender às solicitações do regulador desde o início da guerra na Ucrânia e manteve no ar os conteúdos tidos como ilegais pelo governo, a companhia de Mountain View acabou multada. O valor foi calculado com base no faturamento anual do Google na Rússia.
Sanções recorrentes
Esta multa aplicada ao Google na Rússia consiste em mais um capítulo na disputa entre a big tech e os reguladores locais. No ano passado, a empresa já havia recebido uma penalidade semelhante, cujo valor chegou a 30% do cobrado agora, igualmente pela não remoção de conteúdos.
Houve ainda outras multas menores e a empresa também teve suas contas bancárias no território russo confiscadas, dificultando o pagamento de funcionários e fornecedores. Esta última ação levou à retirada de funcionários da Alphabet do país e à declaração de falência da subsidiária.
A gigante das buscas pode recorrer desta multa mais recente, mas ainda não se manifestou a respeito do caso.
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