Um dos principais atrativos oferecidos pelo comércio eletrônico, o frete grátis pode estar com os dias contados em alguns sites, como mostra reportagem feita pelo jornal O Estado de S.Paulo nesta sexta-feira (15). A ameaça ao benefício vem da alta nos preços dos combustíveis.
Segundo a publicação, a relação entre o e-commerce e as empresas de logística tem mudado bastante, por causa dos custos elevados com o abastecimento dos veículos utilizados nas entregas. No momento, os gastos com combustível representam 40% do preço cobrado pelas transportadoras, mas pode chegar a 60%, conforme a distância.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Para a diretora executiva da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), Marcella Cunha, estes valores podem inviabilizar a oferta de modalidades como frete gratuito e entrega rápida, disponibilizadas por várias lojas online. Sem condições de absorver os custos, as companhias de transporte precisam repassá-los para os consumidores, afirma ela.
Encontrar frete grátis em lojas online pode se tornar uma tarefa difícil, em breve.Fonte: Shutterstock
Algumas empresas de transporte até tentaram manter as entregas gratuitas, mas enfrentam sérias dificuldades econômicas, de acordo com o CEO do grupo de logística Move3, Guilherme Juliani. O executivo cita ainda a forte concorrência das plataformas asiáticas, representadas principalmente por AliExpress e Shopee, como outro fator que afetou o mercado logístico.
Mudança de estratégia
Diante do aumento dos preços dos serviços de logística, algumas gigantes do comércio eletrônico precisaram se adaptar, diminuindo a oferta de frete grátis, como informaram ao Estadão. No Mercado Livre, a entrega gratuita para compras de supermercado agora está disponível para quem gastar R$ 199 ou mais — antes, o valor mínimo era de R$ 79.
A Amazon manteve o frete gratuito para os assinantes do serviço Prime. Porém, o valor da assinatura mensal foi reajustado em 50%, recentemente, passando de R$ 9,90 para R$ 14,90, e em 33,7% na opção anual (de R$ 89 para R$ 119).
Já a Americanas optou por ampliar a opção de retirada em loja para as compras online, sem cobrança de taxa, enquanto a Magazine Luiza tem entrega grátis somente nas compras por meio do app e para alguns produtos. Por sua vez, a Via Varejo, dona das redes Ponto e Casas Bahia, não se posicionou sobre o assunto.
Fontes
Categorias