No último domingo (10), um artigo investigativo divulgou mais de 124 mil documentos internos vazados da Uber entre 2013 e 2017 que revelam estratégias antiéticas para a expansão da empresa. Nesta terça-feira (12), o jornal The Guardian revelou o nome do informante responsável pela divulgação dos documentos.
O irlândes Mark MacGann foi um dos lobistas da Uber entre 2014 e 2016, além de ser reconhecido como um dos melhores profissionais da área na Europa. O ex-funcionário vazou as informações por acreditar que a plataforma de viagens de carro "vendeu mentira às pessoas" ao tentar convencer diferentes governos a mudar a legislação de taxis — a empresa afirmava que levaria benefícios econômicos.
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“A abordagem da empresa nesses lugares era essencialmente quebrar a lei, mostrar o quão incrível era o serviço da Uber e depois mudar a lei. Meu trabalho era passar por cima das autoridades da cidade, construir relações com o mais alto nível do governo e negociar. Foi também para lidar com as consequências", disse MacGann.
MacGann foi à público por se arrepender de ter participado das estratégias antiéticas.Fonte: Unsplash
Estratégias antiéticas
O lobista afirmou que se arrepende de ter participado da empresa e ajudado a ganhar a confiança de motoristas, consumidores e elites políticas. Recentemente, a Uber entrou em um acordo para pagar US$ 550 mil (cerca de R$ 2,9 milhões na cotação atual) para MacGann por um bônus que a empresa estava devendo.
Além de revelar lobby político para avançar a expansão da Uber em diferentes países, os documentos divulgados pelo lobista também revelam que a empresa criou um botão para desligar os servidores e evitar que as autoridades acessassem os dados.
"Entendemos que Mark tem arrependimentos pessoais sobre seus anos de lealdade inabalável à nossa liderança anterior, mas ele não está em posição de falar com credibilidade sobre o Uber hoje. É digno de nota que Mark se sentiu compelido a 'apitar' somente depois que seu cheque foi compensado”, a Uber revelou em resposta ao The Guardian.
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