Neste último domingo (10), o jornal The Guardian publicou um artigo investigativo e compartilhou mais de 124 mil documentos internos vazados da Uber entre 2013 e 2017. Nomeado de "Arquivos Uber", o vazamento revela que a companhia usou estratégias ilegais e antiéticas para a sua expansão.
As informações apontam que a plataforma de viagens de carro cortejava primeiros-ministros, presidentes, oligarcas, bilionários, e outras pessoas importantes para a mídia e para o governo. O objetivo da empresa era realizar lobby político e pedir a ajuda dessas pessoas e empresas durante a expansão.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Segundo informações do jornal The Washington Post, a Uber tinha um botão para desligar todos os sistemas de computadores da empresa e, assim, impedir que as autoridades investigassem a startup. Já uma reportagem da BBC revela que o presidente francês Emmanuel Macron disse que poderia reestruturar as leis do país para ajudar a Uber.
Outra informação indica que a companhia estava usando a insegurança dos motoristas, em relação à batalha contra os taxistas, para expandir a empresa.Fonte: Uber
Os dados vazados também sugerem que os executivos da Uber já sabiam que a companhia enfrentaria violações em diversos países. Segundo o The Guardian, o ex-chefe de comunicações globais da Uber, Nairi Hourdajian, chegou a declarar em tom de brincadeira que a empresa "é apenas ilegal".
Resposta da Uber
Após o vazamento, a companhia publicou uma mensagem em seu site oficial e afirma que a época em que o fundador Travis Kalanick trabalhava na companhia eram tempos de confronto, mas a sua saída criou uma era de colaboração — principalmente após a contratação do CEO Dara Khosrowshahi.
“Não temos e não daremos desculpas para comportamentos passados que claramente não estão alinhados com nossos valores atuais. Em vez disso, pedimos ao público que nos julgue pelo que fizemos nos últimos cinco anos e pelo que faremos nos próximos anos”, disse a vice-presidente sênior de marketing e relações públicas da Uber, Jill Hazelbaker, em resposta ao caso.
Um porta-voz de Kalanick também respondeu às acusações e disse que o fundador da empresa nunca usou condutas ilegais para expandir a Uber. Inclusive, afirma que o ex-CEO não usou a insegurança dos motoristas para tirar vantagem do mercado na época.
Fontes