A Apple e o Google podem ser investigadas pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (Federal Trade Commission, ou FTC) por venda de informações pessoais dos seus usuários. Um grupo de senadores e deputados solicitou a averiguação de tais "práticas prejudiciais" à agência governamental.
De acordo com o Wall Street Journal, os quatro responsáveis pelo pedido de investigação afirmam que as duas gigantes "facilitaram conscientemente essas práticas prejudiciais ao incorporar IDs de rastreamento específicos de publicidade em seus sistemas operacionais mobile". Eles reconhecem que a Apple já fez alterações nos seus sistemas, por exemplo, mas argumentam que "esses identificadores alimentaram o mercado não regulamentado de corretores de dados” até recentemente.
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Seu desejo é que a FTC investigue "o papel da Apple e do Google na transformação da publicidade em um intenso sistema de vigilância que incentiva e facilita a coleta desenfreada e a venda constante de dados pessoais dos americanos".
Democratas dizem que identificadores embutidos no iOS e Android facilitam a coleta e venda de dados pessoais. (Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Um exemplo usado na carta enviada à FTC relaciona a venda de dados com a reversão do direito constitucional das mulheres norte-americanas ao aborto. De acordo com ele, tanto promotores de estado quanto agentes privados poderiam usar os dados de localização coletados e vendidos pela Apple e Google para "caçar mulheres que obtiveram ou estão buscando um aborto". Com a queda da decisão "Roe vs Wade" nesta sexta-feira (24, cada Estado dos EUA fica livre para legalizar ou não o procedimento.
As medidas de privacidade da Apple já custaram bilhões de dólares à plataformas como o Facebook. A App Tracking Transparency da empresa, que limita a possível identificação de indivíduos, foi lançada em abril de 2021. O Google também afirma que adicionará novas proteções para que dados pessoais dos usuários não sejam descaradamente coletáveis e identificáveis.
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