Autoridades da Índia confiscaram US$ 725 milhões das contas bancárias da Xiaomi no país, no último sábado (30), depois que a empresa chinesa foi acusada de fazer remessas ilegais para empresas sediadas no exterior. A quantia apreendida equivale a R$ 3,6 bilhões pela cotação atual.
De acordo com a Diretoria de Execução (ED), responsável por fiscalizar o cumprimento das leis econômicas no território indiano, a fabricante de celulares violou as leis cambiais do país ao realizar tais transferências. As remessas foram divididas entre três instituições estrangeiras, supostamente para o pagamento de royalties.
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No entanto, a agência vinculada ao Departamento de Finanças do governo afirma que essas compensações financeiras foram destinadas para o “benefício final das entidades do grupo Xiaomi”. Até mesmo as transferências feitas para duas firmas sediadas nos Estados Unidos teriam como alvo, na verdade, a controladora chinesa da companhia.
Celulares da Xiaomi são muito populares na Índia.Fonte: Unsplash
Ainda conforme a ED, a subsidiária indiana da marca não teria aproveitado nenhum serviço fornecido pelas entidades para as quais os valores foram enviados. Além disso, as autoridades acusam a Xiaomi de fornecer informações falsas para os bancos ao remeter o dinheiro para o exterior.
Xiaomi nega as acusações
Em nota, a gigante chinesa negou as acusações e disse ter cumprido todas as leis e regulamentos locais ao efetuar as transferências. “Estudamos cuidadosamente a ordem das autoridades governamentais. Acreditamos que nossos pagamentos de royalties e declarações ao banco são todos legítimos e verdadeiros”, afirmou a Xiaomi.
A fabricante explicou ainda que as remessas foram para o pagamento das tecnologias licenciadas utilizadas nos gadgets da marca comercializados na Índia. No comunicado, a empresa ressaltou também que está trabalhando junto com as autoridades para “esclarecer qualquer mal-entendido”.
A Xiaomi afirma que as remessas foram para o pagamento de royalties.Fonte: Unsplash
Líder de vendas de celulares no mercado indiano, a Xiaomi tem virado alvo das autoridades locais nos últimos meses, em meio à crise entre a Índia e a China, intensificada após o confronto de soldados dos dois países nas proximidades do Himalaia, em 2020.
Uma operação de busca e apreensão ocorreu na sede indiana da empresa em dezembro do ano passado, como parte da investigação sobre uma suposta sonegação de impostos da big tech.
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