Podemos considerar que vivemos em uma época de muitos pilares. De diversas maneiras, dependemos da tecnologia, seja da informação, seja da velocidade, entre outros fatores que tornam a vida tão acelerada e o mercado (de forma geral) tão competitivo.
Entretanto, o que tenho observado nos últimos anos é que todos esses sustentáculos estão se colocando na frente do que nunca deveria ter deixado de ser prioridade: a qualidade.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
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Falo isso em todos os sentidos possíveis. Qualidade é algo que buscamos em tudo que consumimos e, ainda assim, é algo que falta diversas vezes. Seja em produtos, seja em serviços, seja no atendimento, seja na entrega, seja até em âmbitos mais pessoais, como nas relações e no autocuidado.
Ao longo da última década, os processos se aceleraram, e as pessoas começaram a viver em uma onda desenfreada de consumo nunca visto antes — que não se restringe a itens e serviços, mas se expande também para conteúdo. Logicamente que, eventualmente, isso chegaria a um ponto de desequilíbrio extremo. E é onde chegamos.
Já ficou claro que, com a digitalização de todos os setores da vida, essa velocidade é o que priorizamos, e realmente não podemos deixar a eficiência e a proatividade para trás. Contudo, conforme nos acostumamos com essa realidade, passamos a entender que é preciso fazer uma escolha no consumo. E o critério de desempate sempre será a qualidade.
Fonte: Shutterstock
As pessoas não precisam nem querem mais estar em toda parte da internet, pois já entenderam que é impossível. Por mais que estejam sempre conectadas, elas estão escolhendo melhor onde passar seu tempo online e offline. Afinal, ter boas experiências em um lugar é algo que leva a buscá-las em todos os lugares.
Muitas empresas já perceberam esse movimento. Não é à toa que novos cargos vêm surgindo especificamente para pensar a experiência do cliente (a onda de CX ou Customer Experience). Chamar a atenção e conquistar fidelidade, mais do que nunca, requer esforços em todos os setores.
O conteúdo produzido atualmente deve ser relevante e preciso tanto no jornalismo quanto no marketing. O atendimento deve ser simpático e efetivo no chat ou na loja. Os produtos devem ser bem desenvolvidos e testados. A logística deve ser rápida e segura.
Resumindo: tudo precisa de alta qualidade, pois não se trata mais de apenas estar presente. Todo mundo está presente. A era do “faz primeiro e ajeita depois” está se esgotando, e a era da qualidade já começou.
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Eduardo Cosomano é fundador da EDB Comunicação, agência especializada em assessoria de imprensa e produção de conteúdo. É coautor do livro Saída de Mestre: estratégias para compra e venda de uma startup, lançado pela Editora Gente.