Industrialização: entenda como esse processo impactou a história

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A Revolução Industrial provocou transformações profundas e duradouras, não apenas nos negócios e na economia, mas nas estruturas básicas da sociedade. Antes da industrialização, quando as atividades econômicas mais significativas eram a agricultura de pequena escala e o artesanato, as estruturas sociais permaneceram semelhantes à Idade Média.

O advento do desenvolvimento industrial renovou os padrões de assentamento humano, trabalho e vida familiar. As mudanças desencadeadas pela tecnologia conduziram a Europa, os Estados Unidos da América e grande parte do mundo à era moderna. Quase todos os ganhos em bem-estar humano na história aconteceram a partir da Revolução Industrial.

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Origem da Revolução Industrial

IndustrializaçãoAntes da industrialização, jornadas de trabalho eram maiores e mais perigosasFonte: Pixabay/WikiImages/Reprodução

A Revolução Industrial teve sua origem na Inglaterra durante o século XVIII e depois se espalhou pelo mundo. Nessa época, a maior parte das atividades sociais aconteciam em aldeias pequenas e médias em que as pessoas raramente viajavam muito além de sua aldeia natal.

Ao longo do século, a população dos países europeus começou a aumentar significativamente. Entre os primeiros sinais de transformação econômica estava o aumento da produtividade agrícola, possibilitando alimentar essa população crescente.

A combinação desses fatores levou a mudanças profundas na forma como as pessoas rurais viviam. Gradualmente, a agricultura mecanizada em grande escala para atender ao mercado começou a ultrapassar os tipos de agricultura de subsistência que a maioria dos camponeses praticava há gerações.

Processo de urbanização

O aumento da população somado ao número de pessoas que enfrentam dificuldades para ganhar a vida na terra fizeram com que muitos deixassem suas terras em direção a vilas e cidades para encontrar emprego.

Os avanços na indústria e o crescimento da produção fabril aceleraram a tendência de urbanização. Em 1800, cerca de 20% da população britânica vivia em áreas urbanas. Em meados do século XIX, essa proporção havia subido para 50%.

Outras terras da Europa Ocidental, como França, Holanda e Alemanha, também experimentaram um aumento nas populações urbanas. Essas mudanças romperam completamente os padrões de longa data nas relações sociais que remontavam aos tempos medievais.

Mudanças na sociedade

Com a chegada da indústria, a máquina a vapor a carvão e outras máquinas estabeleceram um ritmo novo e mais rápido. A economia era baseada na energia extraída de minas carvão, um trabalho que exigia muitas horas em condições perigosas. Os novos meios de produção significaram o fim dos modos de trabalho e de vida mais lentos.

Isso teve um impacto geral, especialmente na família, que era fundamentalmente uma unidade social e econômica. Casais e seus filhos muitas vezes trabalhavam lado a lado em uma fazenda familiar ou em uma loja, ou dividiam seu trabalho para o benefício geral da família.

O aumento da produção fabril e das cidades industriais significou uma separação entre a casa e o local de trabalho para a maioria dos trabalhadores. Muitos tipos de empregos industriais eram tão exigentes que deixavam pouco tempo de inatividade para os trabalhadores preservarem os laços relacionais que associamos à vida familiar.

Capitalismo

Antes da Revolução Industrial, o mercantilismo era um sistema econômico vigente. Regulado e controlado pelo governo, a economia permitia pouca liberdade para as pessoas individualmente. Com o passar do século XVIII, algumas pessoas começaram a rejeitar os princípios do mercantilismo, como o economista escocês Adam Smith.

Smith defendia a ideia de livre comércio e competição com um papel menor do governo, que foi a base para o capitalismo. O sistema econômico foi de vital importância para o início da Revolução Industrial, porque os princípios individualistas do capitalismo ajudaram a criar um clima em que a industrialização explodiu e acabou se espalhando pelo mundo.

Ondas de industrialização

Revolução IndustrialA Revolução Industrial continua com novas ondas de avanços tecnológicos e científicos. Fonte: Unsplash/Lenny Kuhne/Reprodução

A Revolução Industrial ocorrida a partir do século XVIII foi apenas a primeira onda de industrialização no mundo. Uma segunda fase da revolução começou na metade do século XIX e se estendeu até o início do século XX, provocada pelas grandes revoluções da burguesia, classe que se tornou dominante após a disseminação das indústrias.

Na segunda Revolução Industrial, novas fontes de energia, como a eletricidade e o petróleo, e técnicas de produção, em especial na indústria química, propiciaram o surgimento de antibióticos e o uso de máquinas e fertilizantes químicos na agricultura, bem como a invenção do telefone, da televisão e da lâmpada incandescente.

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), uma terceira Revolução Industrial elevou o patamar dos avanços tecnocientíficos, com inovações em robótica, genética, telecomunicações, eletrônica e transporte. Além das relações sociais, o espaço geográfico foi modificado com uma maior integração política e econômica que tornou possível a globalização.

Indústria 4.0

A quarta Revolução Industrial, também chamada de Indústria 4.0, aprofunda a onda de industrialização anterior, com a adoção de computadores e automação para aprimorar a produção industrial com a Inteligência Artificial (AI), sistemas autônomos alimentados por Big Data e aprendizado de máquina.

A nova onda de industrialização possibilita a tomada de decisões sem o envolvimento humano, com uma combinação de sistemas ciberfísicos, a Internet das Coisas (IoT) e a Internet dos Sistemas, oferecendo a oportunidade para os fabricantes otimizarem suas operações de forma rápida e eficiente.

A conectividade e automação possibilitam a adaptação dos sistemas produtivos a partir de novas informações apresentadas. Além disso, equipamentos como impressoras 3D podem ser usados para prototipagem, abrindo muitas possibilidades de produção, acelerando os avanços tecnológicos na indústria.

O que reserva o futuro?

Indústria 4.0Próxima onda de industrialização deverá se voltar para a experiência humana.Fonte: Pixabay/Comfreak/Reprodução

Depois da pandemia, a sustentabilidade ganhou mais relevância e as pessoas se tornaram o centro das atenções dos avanços tecnológicos. Com isso, a principal tendência para uma nova onda de industrialização coloca em evidência o foco na experiência do consumidor, com produtos interativos e customizados que se preocupam com questões socioambientais.

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