Uma programadora que foi demitida pela Apple no ano passado vai levar as reclamações e acusações contra a empresa para órgãos reguladores da Europa. Segundo o TechCrunch, alguns órgãos voltados para o setor de privacidade digital estão interessados em levar adiante algumas das denúncias de Ashley Gjøvik, cuja história foi conhecida após ela ser suspensa por levantar questões polêmicas sobre a marca.
Originalmente, Gjøvik reclamou de condições inseguras no ambiente de trabalho e também de comportamentos sexistas dos colegas. Entretanto, o que mais deve interessar as autoridades europeias é a denúncia de que a companhia estava testando recursos de reconhecimento facial com os próprios funcionários, sem o devido consentimento.
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Entidades de Irlanda, França e Reino Unido receberam as denúncias e podem colocá-las sob análise da GDPR, que é a legislação local de proteção de dados, mas ainda não definiram se vão ou não avançar com a investigação.
A denúncia
O documento enviado por Gjøvik tem 54 páginas e denuncia uma prática da Maçã envolvendo um aplicativo chamado Gobbler. Ele seria parte do processo de desenvolvimento da tecnologia de reconhecimento facial (Face ID) e teria sido imposto aos colaboradores.
Segundo a programadora, a empresa enganou as equipes ao coletar dados dos funcionários sem o devido consentimento, com certa frequência e com zero privacidade — o app até teria a capacidade de gravar fotos e vídeos sozinho ao ser apontado para o rosto da pessoa e o uso para essas práticas foi um dos pontos de questionamento na época.
Procurada, a Apple disse que não comenta assuntos específicos envolvendo funcionários, mas que investiga eventuais acusações e está comprometida em manter um local de trabalho positivo e inclusivo.
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