Mulheres na tecnologia e o caminho para a equidade de gênero

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A equidade de gênero no mercado de trabalho é uma luta antiga das mulheres e, para o setor de tecnologia não é diferente. Segundo um estudo do Instituto Allen, levaremos 116 anos para que a presença feminina alcance o mesmo número da masculina na Ciência da Computação — como eu gostaria de estar aqui para ver isso acontecer antes! Tal como na sociedade, existe uma grande necessidade no setor de tecnologia por uma luta ativa e urgente pela equidade de gênero.

Para mudarmos e encurtarmos esse longo tempo previsto, destaco abaixo alguns pontos que considero importantes para chegarmos lá: na tão sonhada (e desejada) equidade.

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Quebrar o paradigma de que tecnologia não é para mulher

Mulheres na TecnologiaFonte: Shutterstock

O mercado de trabalho, como um todo, foi construído sob a ótica de que homens são ligados a funções relacionadas à razão e objetividade, e mulheres à subjetividade, ao cuidado e ao emocional. A quebra desse paradigma, o incentivo e o acolhimento desde a infância e adolescência, para que mulheres ocupem também esse posto, quando assim desejarem, é essencial para alcançarmos a equidade de gênero no setor.

Fomentar programas de incentivo e formação de mulheres

Os programas de incentivo e formação feminina na área de tecnologia vêm crescendo e são ótimas oportunidades para a nossa formação e inserção no mercado.

Além da formação funcional em si, muitos programas incentivam mentorias, abordam competências e habilidades interpessoais para que mulheres se adaptem e sigam atuando na área; afinal, o abandono das funções em tecnologia por mulheres é 45% superior ao de homens, sendo boa parte dos fatores causais a desigualdade salarial, cultura não inclusiva, falta de representatividade e dupla jornada.

Desenvolver e fortalecer uma cultura inclusiva e acolhedora

Ocasionalmente, mulheres que desejam desenvolver carreiras na tecnologia são expostas à hostilidade e julgamento. Isso acontece desde o processo de formação educacional, participação em processos seletivos e contratação e onboarding, uma vez que a predominância neste mercado é de uma cultura masculina com vieses de gênero e, portanto, excludente.

Assim, temos uma excelente oportunidade de criar, desenvolver e fortalecer a cultura de trabalho em que a prevalência seja de um ambiente diverso e inclusivo, que abarque não só o preconceito relacionado a gênero, mas a todos os grupos minorizados.

Incentivar liderança feminina

Um dos grandes motivos da desistência feminina na área de tecnologia é a falta de representatividade, equilíbrio no número com homens nos times e a falta de referências ocupando posições de liderança. Em um estudo da Accenture com Girls Code, podemos ver que a presença feminina é de apenas 18% dos cargos de CIO/CTO nos EUA.

Na intenção de acelerar o cenário de equidade de gênero no setor, não podemos esperar que o movimento aconteça organicamente. É necessário criar políticas intencionais e condições para que mulheres ocupem o espaço de liderança e de influência nas tomadas de decisão de companhias. Uma vez que se há um time diverso e complementar o caminho para novos talentos que se desenvolvem flui com mais facilidade.

Promover equidade salarial

A desigualdade salarial entre pessoas de mesma função e gêneros diferentes é pauta antiga da luta pela equidade de gênero, não só no setor de tecnologia. Um estudo salarial da Catho, realizado em 2021, apontou que mulheres no setor de tecnologia ganham até 11% a menos que homens, mas, em alguns casos, essa diferença salta para 33%, dependendo da posição em questão.

Para além da equidade salarial, foi observado que as mulheres têm mais dificuldades de serem reconhecidas e promovidas do  que os homens. Segundo a pesquisa TrustRadius, 39% das entrevistadas sentiram que seu gênero foi uma barreira para promoção em 2021 e, desse total, 37% eram negras e  relataram os vieses de raça como mais uma barreira que inviabiliza a progressão em suas carreiras.

Esses são alguns dos passos que precisamos dar em direção a equidade na área de tecnologia, afinal, é urgente acelerarmos ações que mudem o cenário a curtíssimo prazo: 116 anos é um tempo para mim inconcebível e espero que seja para você também.

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Mariana Malveira é apaixonada por viagens, empreendedorismo e tecnologia. Combinando a formação em Design e a experiência com negócios e gestão, fundou — com seu irmão Breno Moraes — a DeÔnibus, um dos principais marketplaces de passagens rodoviárias do Brasil e está no mercado há nove anos.

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