BaaS: serviços financeiros para todos

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Equipe TecMundo

Ontem, quando você fez uma corrida por aplicativo e realizou um pagamento pelo serviço, provavelmente nem se lembrou de que isso já é feito automaticamente, nem percebeu que ao pedir um lanche de casa pelo celular tudo foi realizado sem você sequer se preocupar com a etapa do pagamento. Ter um serviço financeiro já integrado com o aplicativo que você usa no dia a dia já faz parte do cotidiano.

Da mesma forma, hoje é possível ter um aplicativo de entregas que oferece também uma conta digital, um varejista que oferece cartão de crédito, uma fintech focada em empréstimos que passa oferecer novos serviços financeiros, como pagamentos de prestação. 

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Muita gente nem imagina, mas a facilidade e simplicidade proporcionada ao consumidor final nessas experiências digitais são fruto da viabilidade proporcionada pelo BaaS.

Banking as a Service (BaaS) ou banco como serviço é um modelo que vem ganhando cada vez mais força no Brasil e no mundo. Permite que serviços financeiros sejam ofertados por diferentes setores baseados no conceito de finanças embarcadas, embebed finance no termo original. Nesse setor, a empresa interessada em ofertar determinado produto ou serviço pode “alugar” a infraestrutura já desenvolvida por outra companhia. 

Uma das grandes vantagens desse modelo é a questão regulatória, que também é assumida pelo proprietário da tecnologia, que tem uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central para operar ou fornecê-la por meio de parcerias.

Serviços financeiros

Números mostram o quanto esse mercado, que era considerado uma tendência, vem se firmando como uma realidade. Segundo a Future Market Insights, o mercado de BaaS faturou em 2020 mais de US$ 2,5 bilhões, e a expectativa é de que em 2031 alcance nada menos do que US$ 12,2 bilhões, crescendo a uma taxa média de 15,7% ao ano até lá. 

O mercado europeu talvez seja o que mais avançou nesse segmento, muito em função da melhor estruturação regulatória com a General Data Protection Regulation (GDPR) e o pioneirismo com o Open Banking. Mas o Brasil em nada deve à Europa, também com o avanço da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e do Open Finance como uma pauta muito forte do regulador.

Com todo esse avanço, o consumidor é o maior beneficiário. Em um ambiente onde as empresas buscam oferecer mais disponibilidade de produtos e serviços financeiros, ofertados com maior facilidade e capilaridade, viabiliza-se a inclusão financeira da população e amplia-se o rol de opções.

Dessa forma, o consumidor naturalmente selecionará aquele prestador de serviço que oferece a experiência sem fricção, com menor esforço, mais fácil, simples e rápida.

Os serviços antes disponíveis apenas em ambientes bancários estão presentes onde os clientes estão. Utilizando tecnologias avançadas, como as applications programming interfaces (APIs) que integram os serviços, é possível embarcar um pagamento de conta de luz ou um pagamento via Pix em qualquer site ou aplicativo que esteja sendo utilizado para prestar serviços variados.

Da mesma forma que uma pessoa sai do táxi sem nem lembrar que aquele pagamento da corrida foi feito, é possível ter algum serviço integrado na carteira digital preferida, na corretora ou até em um site de comércio eletrônico com o mesmo visual e experiência — sem precisar sair para outro ambiente ou site.

Nesse sentido, as possibilidades extrapolam os bancos e agora estão presentes em wallets, fintechs, startups e atendem à heterogeneidade das necessidades dos clientes.

O banco fornecedor passa a ser um viabilizador nesse novo ecossistema digital, e o usuário não chega a saber do processo, pois tem toda segurança de que a instituição financeira segue a regulação bancária prevista e é parceira da plataforma que o consumidor utiliza.

Essa evolução na experiência dos clientes faz a diferença na vida das pessoas, tornando viável e ampliando o acesso a soluções financeiras para qualquer brasileiro.

Com esse propósito de servir mesmo sem ser visto, pode-se dizer que há um impacto real e uma contribuição efetiva para ampliar a qualidade de serviços digitais de várias outras empresas, inclusive outros bancos que não precisam desenvolver os produtos oferecidos por uma plataforma de BaaS.

Nessa abordagem, é necessário atingir alta performance em transações financeiras, qualidade e precisão dos dados e agilidade na oferta de serviços que toda empresa precisa para prosperar na era digital.

A fidelização dos clientes ganha força com o BaaS visto que a experiência é muito mais valorizada e fluida. Com a integração de serviços financeiros em aplicativos diversos, criam-se oportunidades e minam-se a fricção e a experimentação para outros concorrentes. Nesse contexto, as discussões sobre cliente no centro e experiência do usuário estão totalmente alinhadas à proposta de valor do Banking as a Service.

Em um contexto de avanço do Pix e do Open Finance, a oferta de APIs cresce e possibilita a criação de novos subprodutos advindos dessas soluções. O acesso às informações previamente concedidas pelos consumidores unido à democratização do crédito também trará soluções mais adequadas às necessidades dos clientes, gerando benefícios e vantagens em qualquer ecossistema digital de preferência.

O futuro é promissor, mas o presente já é uma revolução. Levar os produtos do banco a qualquer outra empresa para melhor servir seus clientes, com uma abordagem aberta, colaborativa, eficiente e sem medo de atender até mesmo aquela pessoa que não é cliente, é disruptivo.

Isso seria impensável há poucos anos. É uma maneira de entregar valor para o mercado como uma mola propulsora que viabiliza e acelera todo tipo de negócio com banking embarcado.

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Alexandre Conceição, CEO do Original Hub

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