Na última sexta-feira (25), a revista científica Joule publicou um estudo apontando que a poluição de dióxido de carbono do bitcoin cresceu desde que a sua mineração foi banida na China — tornando-se o maior obstáculo no combate à poluição por combustíveis fósseis atualmente.
Segundo especialistas, supõe-se que os mineradores tenham substituído as hidrelétricas chinesas por usinas de carvão e gás natural. “Na verdade, vemos o Bitcoin se tornando menos verde do que nunca”, é o que diz Alex de Vries, principal autor da análise.
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A estimativa da pesquisa aponta que atualmente a pegada de carbono do Bitcoin é comparável a da República Tcheca, consumindo grandes quantidades de eletricidade em mineração, além de gerar toneladas de lixo eletrônico anualmente.
A mineração depende de grandes fontes de energia para manter as máquinas (Fonte: Unsplash/Reprodução)Fonte: Unsplash
Com o Cazaquistão e os Estados Unidos sendo os dois maiores centros de mineração da moeda, é possível entender o aumento nas emissões, visto que o Cazaquistão depende principalmente do carvão — que além de liberar mais CO2, é menos eficiente — enquanto os EUA utilizam principalmente o gás e carvão.
Segundos os dados levantados, a parcela de gás natural usada para mineração pulou de 15% para 30% assim que os mineradores deixaram a China. Enquanto isso, as fontes renováveis de mineração caíram de 42% para 25%, em agosto de 2021.
Como um sinal ainda mais alarmante, as estimativas do estudo são baseadas em emissões médias do mix de eletricidade em novos locais onde os mineradores se instalam. Dessa maneira, seu método possui limitações onde não é possível capturar o impacto total de empresas de mineração que compraram usinas de energia à gás, carvão e cinzas de carvão para seu uso pessoal.
Para De Vrier, “essa é a pior coisa possível que você pode ter”, visto que estão prolongando a vida de usinas de combustíveis fósseis que deveriam ser desativadas para atender às metas climáticas.
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