Funcionários das lojas físicas da Apple nos Estados Unidos estão em debate sobre formar ou não um sindicato da categoria — e o grupo estaria apelando até mesmo para a concorrência para evitar que os chefes descubram quem está envolvido.
Segundo uma reportagem do jornal The Washington Post, o grupo estaria usando serviços de mensagens criptografadas e dispositivos Android "para evitar qualquer tipo de espionagem por parte da Apple". Eles também estão se encontrando em segredo, para escapar de penalizações e perseguições por parte da gerência.
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O grupo demanda um aumento no pagamento por hora nas lojas, depois de muitos pedidos diretos à empresa que não geraram resultados. A alegação é de que o reajuste ficou abaixo da inflação ao longo dos últimos anos, sendo que o volume de vendas de produtos só cresceu. Um pequeno aumento foi oferecido a alguns colaboradores, mas também abaixo da taxa da inflação.
Situação delicada
Nos Estados Unidos, o modelo de sindicalização é diferente do encontrado no Brasil. No país, a filiação depende da vontade inicial e da organização dos próprios trabalhadores, o que normalmente gera uma grande resistência por parte das companhias.
Recentemente, funcionários da Google anunciaram um sindicato inédito no Vale do Silício, enquanto Amazon e Activision se mostraram ativamente contra essa organização entre a própria equipe.
No caso da Maçã, a reportagem diz que gerentes já começaram a realizar discursos contra sindicatos e alegar que a situação seria pior após a filiação, já que a empresa não seria capaz de manter os atuais valores de salário e benefícios. A Apple recentemente atingiu o valor de mercado de US$ 3 trilhões e o CEO da empresa, Tim Cook, foi criticado por uma bonificação considerada exagerada no pagamento.
Fontes