No quarto trimestre do ano passado, já se sabia que as mudanças no iOS da Apple trariam algum impacto nos resultados do Facebook — transformado em Meta no final de outubro. A grande questão, o tamanho do “estrago”, foi revelada durante a apresentação dos resultados da companhia de Mark Zuckerberg no quarto trimestre de 2021, em uma teleconferência na quarta-feira (2).
Chamada de “ventos contrários” pelo CFO da empresa de Menlo Park, David Wehner, a atualização do iOS 14.5 da Apple lançada no ano passado incluiu o recurso App Tracking Transparency (ATT), que exige que desenvolvedores de aplicativos colham permissões dos usuários para rastrear sua atividade, ao utilizar iPhones ou iPads. Para o executivo da Meta, a "força" dessa brisa trazida pela Apple foi "da ordem de US$ 10 bilhões [R$ 53 bilhões em conversão direta]".
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Além disso, Wehner explicou que o comércio eletrônico foi uma área que experimentou "desaceleração significativa no crescimento durante o quarto trimestre". Sobre o fato de o Google ter justificado o seu resultado positivo justamente pelo sucesso nessa vertical, o CFO da Meta alfinetou que a gigante de Mountain View enfrenta "um conjunto diferente de restrições da Apple", já que possui um contrato de bilhões para manter o buscador Google no iOS.
Qual foi o resultado da Meta no quarto trimestre?
Fonte: Meta/Divulgação.Fonte: Meta
O lucro líquido informado pela Meta Platforms, ex-Facebook, no quarto trimestre de 2021 foi de US$ 10,285 bilhões, o equivalente a R$ 54 bilhões. Embora possa ser considerado um resultado "sólido", como definiu o CEO Mark Zuckerberg em comunicado, o valor representa 8% menos do que o obtido no mesmo período do ano anterior. O resultado por ação – de US$ 3,67 – também foi aquém da expectativa de US$ 3,85 feita pela consultoria FactSet.
A receita líquida de US$ 33,671 bilhões (R$ 177 bilhões) cresceu 20% quando comparada ao último trimestre de 2020, mas não foi o suficiente para evitar as ações da Meta despencassem 22,26% no after-market da bolsa de Nova York ontem (2).
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