A escassez global de componentes eletrônicos continua afetando o segmento de tecnologia, especialmente as fábricas de aparelhos voltados ao consumidor final — como celulares, notebooks e televisores. No Brasil, 15% das fábricas do setor tiveram suas atividades interrompidas no mês passado por conta da falta de chips, como apurado pelo Estadão. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
A associação aponta que a taxa de paralisação é a maior porcentagem reportada pela indústria desde que começou a mapear a crise de componentes eletrônicos com seus associados. Na pesquisa, 36% das empresas dizem que sofreram com atraso na produção ou entrega pela falta de insumos, enquanto metade delas tiveram alteração no abastecimento de eletrônicos e no funcionamento.
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Estoque de chips cada vez mais raro
Os dados levantados pela Abinee também mostram que 26% das fábricas de produtos eletrônicos não conseguem manter o estoque padrão de matéria-prima. A dificuldade para encontrar semicondutores no mercado é realidade em 7 a cada 10 fábricas do segmento (73%).
Além do efeito-colateral da pandemia — com contêineres em falta e aumento na taxa de frete no transporte marítimo, a falta de chips no Brasil estaria sendo afetada em outro nível: no desembaraço nos portos. Segundo a Abinee, um terço das empresas (35%) tem dificuldade na liberação das cargas importadas, atraso que prejudica ainda mais a produção de aparelhos eletrônicos.
A pesquisa aponta que metade das empresas entrevistadas acreditam que o fornecimento de chips deverá voltar ao normal até final deste ano. Entretanto, a previsão é de que ainda haverá dificuldades no mercado de componentes eletrônicos ao longo de 2022.
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