A empresa de negociação de criptomoedas Lifetycon, que tem sede no sul do país, deixou investidores receosos após atrasar depósitos envolvendo negociações em sua plataforma. Uma transação que normalmente demora dois dias para acontecer já deixa clientes esperando por seu dinheiro por mais de 50 dias.
A Lifetycon ganhou notoriedade na região oeste de Santa Catarina, angariando clientes principalmente em cidades como Chapecó e São Miguel do Oeste. No entanto, a empresa que negocia criptomoedas também atende clientes em outras partes do Brasil com sua plataforma online e negócios de investimentos.
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Plataforma de negociação da Lifetycon
Com diferentes tipos de contratos, a empresa utiliza o dinheiro de clientes para realizar investimentos em criptomoedas, incluindo Bitcoin, e buscar lucros que, segundo a empresa, ficam acima da poupança. Os ganhos podem ser acompanhados pelos consumidores por meio de um aplicativo, que, após uma solicitação de movimentação de até 10 dias, permite realizar saques para uma conta bancária em 48 horas.
A demora na movimentação do dinheiro entre aplicativo e conta-corrente, no entanto, acabou preocupando alguns consumidores. Um desses clientes é o professor Cristiano Gaio, que está há quase dois meses aguardando um depósito da empresa. “Meu descontentamento começou através do primeiro atraso com essa transferência, pois o que era para levar dois dias úteis já ultrapassa a marca de 50 dias corridos.”
Problema técnico
A demora nos saques e o silêncio da empresa sobre o assunto acabaram rendendo uma onda de reclamações em sites como o Reclame Aqui. Para tranquilizar os clientes, a companhia lançou um comunicado na metade do mês passado dizendo que todas as operações seriam normalizadas até a segunda quinzena de janeiro — o prazo, no entanto, foi perdido.
Segundo uma nota publicada pela assessoria da Lifetycon, os atrasos nos pagamentos estão ligados a um problema gerado por terceiros. Enquanto a companhia não detalhou o assunto, uma mensagem enviada por uma funcionária aos clientes afetados indica que a falha estaria ligada a uma migração de plataformas de criptomoedas.
Os saques começaram a apresentar problemas no começo de dezembro
A empresa não forneceu uma nova data para retomar os saques, mas disse que vai cumprir os acordos vigentes. “Destacamos que todos os contratos celebrados com a Lifetycon serão devidamente cumpridos, não havendo que se falar em prejuízo aos investidores e parceiros, que serão atendidos de maneira progressiva, na medida em que as operações forem devidamente estabilizadas.”
A empresa também não revelou o número de clientes afetados e nem a quantia de dinheiro congelada pelas falhas. Em contato com o TecMundo, o setor jurídico também disse que a empresa virou alvo de alegações infundadas após a ausência de respostas para os investidores.
“Importante salientar que muitos concorrentes estão criando rumores com o único intuito de prejudicar a empresa e consequentemente seus investidores e colaboradores, uma vez que a Lifetycon tornou-se um conjunto de ações no mercado com características regionais que incomodam muita gente”, diz Paulo Luiz Balancelli, advogado da empresa.
Os problemas com a exchange chapecoense acontecem em um momento delicado para o mercado de criptomoedas. O Bitcoin sofreu com fortes quedas no começo do mês, chegando a valer US$ 35 mil. Questionada sobre uma possível relação da baixa do mercado com os atrasos nos pagamentos, a Lifetycon não respondeu sobre o assunto.
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