A Intel anunciou, na última sexta-feira (21), que fará um investimento de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 109 bilhões na cotação atual) na construção de duas fábricas de microchips que serão instaladas em Ohio, nos Estados Unidos. Os trabalhos iniciam no final de 2022 e a produção efetiva deve começar somente em 2025.
O valor é o maior investido no estado norte-americano da história e deve levar à criação de 3 mil empregos, afirmou Pat Gelsinger, presidente-executivo da empresa. O objetivo da ação é reduzir a dependência dos EUA da produção de semicondutores — produto que tem sofrido com uma escassez — da Ásia, principalmente de Taiwan e China.
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Além disso, Gelsinger defendeu que a estratégia visa a retomada do “domínio da Intel” na fabricação de chips. Para isso, não estão sendo medidos esforços e a companhia prepara um investimento gigantesco: US$ 100 bilhões nos próximos 10 anos.
Esse dinheiro todo será utilizado na construção de um grande complexo fabril de chips, que ficará em Ohio. Este será, quando terminado, "o maior local de fabricação de semicondutores do planeta", argumentou o executivo.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou publicamente sobre o investimento da Intel, elogiando a criação dos empregos. O líder norte-americano também falou que a ação é importante porque a “China está fazendo o possível para dominar o mercado global para que possam tentar ultrapassar o resto de nós".
Apesar dos comentários de Biden, a construção das primeiras fábricas e depois de todo o complexo (que deve ter 8 unidades no total) não terá financiamento governamental.
Crise dos microchips deve persistir
Desde o início da pandemia, o mundo tem passado por uma forte escassez de microchips. O forte aumento da demanda, já que a venda de computadores e videogames aumentou em ritmo acelerado, não acompanhou a velocidade da produção, causando um forte desequilíbrio no mercado internacional.
Por serem a longo prazo, os investimentos anunciados pela Intel não devem diminuir a crise neste momento. O presidente da marca já havia dito, inclusive, que a falta de produtos no mercado deve persistir pelo menos até 2023.
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