Depois de anunciar, no início do ano, que iria revisar suas “necessidades de negócios”, prometendo “reduzir os investimentos em áreas que não são os principais focos da empresa”, a empresa controladora do TikTok, ByteDance, surpreendeu os analistas de mercado ao anunciar, nesta quarta-feira (19), que está dissolvendo toda a sua equipe de investimentos estratégicos.
A decisão preocupou outros gigantes chineses da internet, que construíram sua expansão no mercado mundial através de investimentos em outras empresas. É que essa equipe de especialistas foi a responsável pelo apoio a 169 companhias, conforme amplamente divulgado pelo banco de dados chinês de startups IT Juzi. Ou seja, a tal "reestruturação" pode estar ligada a um documento do governo chinês, para "engessar" novos investimentos.
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Divulgado pela Reuters nesta quarta-feira (19), e negado pelo regulador do ciberespaço da China, o suposto documento envolveria diretrizes para que os chamados "gigantes da internet" chineses tenham que obter uma aprovação daquela agência antes de realizar qualquer tipo de investimento ou captação de recursos.
O que diz o órgão regulador chinês?
Fonte: Andrea Piacquadio/Pexels/Reprodução.Fonte: Andrea Piacquadio/Pexels
Para o governo chinês, qualquer plataforma de internet com mais de 100 milhões de usuários ou mais de 10 bilhões de yuans (R$ 8,6 bilhões) em receita é considerada um "gigante", segundo a Reuters. Ou seja, se a regra for real, vai colocar em um mesmo saco empresas como Tencent (conhecida como SoftBank da China), Alibaba, Pinduoduo, JD.com e Baidu.
Apesar de, em nenhum momento, haver qualquer tipo de referência à pressão antitruste como causa da onda de desinvestimentos realizada na China, existem muitas especulações a respeito de uma pressão estatal para enfraquecer o poder expansionista de suas maiores plataformas de internet. Muitas delas, aliás, têm recebido pesadas multas por violação a leis contra monopólios.
Sobre o assunto, o regulador chinês do ciberespaço afirmou à Reuters que as supostas “diretrizes para IPO, investimento e captação de recursos de empresas de internet são falsas”.
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