Em busca de preços baixos, os brasileiros estão cada vez mais investindo em celulares importados, geralmente adquiridos em marketplaces. O “mercado cinza”, como é conhecido o segmento, deve representar 8% das vendas no Brasil em 2021, como sugeriu a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) nessa quinta-feira (9).
De acordo com o primeiro secretário-geral da entidade Luiz Cláudio Carneiro, essa porcentagem, baseada em dados da IDC e do fórum nacional antipirataria, representa quase 4 milhões de celulares vendidos irregularmente ao longo deste ano. O número contempla os dispositivos não homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
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Comercializados livremente pela internet e até mesmo em lojas físicas, esses smartphones importados chegam ao país sem pagar os devidos impostos. A venda de tais aparelhos deve gerar uma evasão fiscal estimada em aproximadamente R$ 5 bilhões, segundo o secretário-geral.
Os aparelhos vendidos no mercado paralelo chegam ao Brasil sem pagar impostos.Fonte: Shutterstock
Tentando modificar o cenário, a Anatel vem intensificando as fiscalizações nos centros de distribuição de vários marketplaces, resultando na apreensão de grandes quantidades de dispositivos irregulares. Até novembro, o Plano de Ação de Combate à Pirataria (PACP) da agência reguladora confiscou 2,7 milhões de produtos não homologados, avaliados em R$ 330 milhões.
Mercado paralelo pode afetar a chegada de fabricantes
A alta do dólar e a crise econômica vivida pelo Brasil são alguns dos fatores que têm levado ao crescimento do mercado cinza de celulares, como aponta o Teletime. Além do aumento das ações de fiscalização por parte da Anatel, a Abinee também vem agindo para reduzir a comercialização dos aparelhos irregulares.
Conforme Carneiro, a entidade tem dado incentivos para a chegada de novos fabricantes ao Brasil, incluindo as marcas chinesas, bastante procuradas por quem investe na importação dos produtos. No entanto, ele acredita que o mercado paralelo pode acabar atrapalhando a vinda das empresas estrangeiras, devido à perda de lucro provocada pelas vendas irregulares.
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