A montadora Tesla passou nesta terça-feira (9) pelo segundo dia consecutivo de queda no preço das ações na Bolsa de Valores da Nasdaq. Ela fechou o dia de negociações com uma desvalorização de 11,99% — a pior nos últimos 14 meses.
O motivo não envolveu o desempenho da empresa ou de seus produtos e serviços, mas sim uma enquete do CEO da empresa, Elon Musk, realizada em seu perfil pessoal no Twitter. No último final de semana, ele perguntou o que os fãs achavam de ele vender 10% de seus papéis na companhia.
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A queda nas ações da Tesla nos últimos cinco dias.Fonte: Yahoo! Finanças
Segundo o bilionário, a proposta era uma forma de ser tributado oficialmente pelo governo e reduzir as desconfianças sobre evasão fiscal levantadas pelo governo dos Estados Unidos. Ele ainda ressaltou que não ganha salário na Tesla, tendo a fortuna principalmente composta de ações na empresa.
Pegou mal (de novo)
Na segunda-feira (8), as ações já apresentaram queda de 5%. Mesmo com a instabilidade, a Tesla ainda acumula um valor de mercado acima de US$ 1 trilhão — feito conquistado em outubro de 2021 como resultado de um ano positivo, mesmo com crises como a de chips e a pandemia da covid-19.
Só que a manobra de Musk pode ter consequências negativas no futuro: segundo a Reuters, ele pode ser novamente questionado por órgãos reguladores sobre eventuais manipulações de mercado a partir de postagens na rede social. Entre 2018 e 2019, ele foi criticado várias vezes por tweets enigmáticos que podiam valorizar a empresa de uma hora para a outra — e foi punido em uma dessas ocasiões, deixando a presidência do conselho da montadora.
Até agora, o que gerou controvérsia no caso foi uma ação do irmão de Elon, Kimbal Musk, que é um dos membros do conselho da Tesla. Ele vendeu uma alta quantia de ações da empresa na sexta-feira (5), um dia antes do tweet que fez as ações caírem.