A Apple deverá enfrentar um processo antitruste encabeçado pela União Europeia (UE). O foco da acusação deve ser o chip NFC utilizado para pagamentos no Apple Pay, tecnologia que foi fechada e não está aberta para acesso de outras empresas do setor.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (06) pela Reuters. De acordo com o veículo, fontes da UE disseram que a entidade está preparando um documento para pedir explicações à Apple sobre o caso.
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A formalização, que deve ser enviada para a Apple somente em 2022, acusará a empresa de estabelecer práticas de mercado anticompetitivas. O processo é realizado pela Comissão Europeia para a Concorrência, entidade responsável pela regulação do mercado no continente e que é comandada pela economista dinamarquesa Margrethe Vestager.
Margrethe Vestager lidera a entidade europeia desde 2014
Segundo a Reuters, a investigação sobre o caso começou em meados de junho do ano passado, quando a Comissão começou a olhar com mais critério para o Apple Pay. A entidade europeia tem se preocupado como o sistema tap-and-go do iPhone é utilizado em aplicativos e sites de comércios e como a gigante da tecnologia é pouco transparente sobre a ferramenta.
Depois das apurações iniciais, a organização regulatória começou a mirar especificamente no chip NFC, que é utilizado exclusivamente na ferramenta de pagamentos da companhia de Tim Cook.
A Comissão tem pelo menos três processos contra a Apple e pode multar a empresa em um valor de até 10% do faturamento global. Levando em consideração o faturamento da marca em 2020, o valor poderia chegar a US$ 27,4 bilhões (cerca de R$ 150 bilhões na cotação atual). A Apple chegou a se defender da questão citando que não libera os sistemas por questões de privacidade e segurança.
Outro processo famoso
A Comissão Europeia para a Concorrência entrou no noticiário nos últimos anos principalmente por causa de um processo bilionário contra o Google. A entidade aplicou à marca de Mountain View uma multa de “apenas” US$ 5 bilhões (aproximadamente R$ 27 bilhões na cotação atual).
Desde então, o Google tem recorrido para tentar não pagar o valor astronômico. Em audiência realizada na semana passada, a advogada da gigante chegou a dizer que as pessoas escolhem o buscador do Google “porque ele é o melhor”, e não porque a companhia utiliza práticas anticompetitivas.
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