Tratando-se de Bitcoin, a movimentação de grandes valores monetários de uma só vez não é exatamente uma novidade. Contudo, uma transação em particular chamou a atenção dos internautas no último domingo (19): uma carteira com 616 moedas foi utilizada pela primeira vez em nove anos — mesmo período em que o suposto criador da criptomoeda, Satoshi Nakamoto, registrou também suas últimas atividades online.
Na data da última movimentação da carteira, em 10 de dezembro de 2012, 616 bitcoins equivaliam a cerca de US$ 8.000, já que a unidade do ativo digital era negociada por US$ 13,30. Atualmente, com o Bitcoin sendo negociado na casa dos US$ 40 mil, a mesma quantidade de moedas é estimada em torno de US$ 26 milhões, ou R$ 137,44 milhões em conversão direta — representando uma valorização de 324.900% em seu preço.
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Apesar de surpreendente, o valor armazenado nesta carteira de Bitcoin pode ser considerado "pequeno" quando comparado aos presentes nas demais carteiras inativas da mesma época. Conforme detalha o site BitInfoCharts, os três maiores endereços individuais possuem quantidades equivalentes a 28 mil, 31 mil e até 80 mil moedas, somando juntos um valor estimado em US$ 5,48 bilhões — cerca de R$ 28,97 bilhões em conversão direta.
As dez carteiras inativas com a maior quantidade armazenada de bitcoins. (Fonte: BitInfoCharts / Reprodução)Fonte: BitInfoCharts
Por outro lado, isto não significa que todas estas carteiras "recheadas" de bitcoins poderão enriquecer seus respectivos donos. Isto se dá pela imensa quantidade de moedas "perdidas" ao longo dos anos, como explica o site Decrypt. Segundo a fonte, há pelo menos 4 milhões de bitcoins inacessíveis por diversos fatores, representando uma diminuição de quase 20% no estoque total do ativo digital, fixado em 21 milhões de unidades.
Carteira de Satoshi Nakamoto?
Neste contexto, o Decrypt também relata que o próprio Satoshi Nakamoto talvez tenha sido responsável pela mineração e armazenamento de outros 5,9% da oferta total de moedas. Estes dados foram obtidos através do pesquisador Sergio Demian Lerner, responsável pelo "Padrão Patoshi".
O termo proposto por Lerner define o conjunto de 22 mil blocos minerados por uma única entidade na estreia do Bitcoin — entre janeiro de 2009 e janeiro de 2010 —, representando cerca de 1,1 milhões de bitcoins como recompensa. Embora seja virtualmente impossível definir com maior precisão o tamanho do estoque de Nakamoto, o Padrão Patoshi é a melhor estimativa até então.
Desta maneira, Satoshi Nakamoto seria supostamente dono de uma merecida quantia avaliada em US$ 46,4 bilhões, não movimentada desde sua mineração. Assim, é improvável que a "pequena" carteira com 616 bitcoins seja do criador da criptomoeda.
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