A Huawei poderá comprar chips automotivos de empresas dos Estados Unidos, de acordo com informação divulgada nesta quarta-feira (25) pela agência Reuters. As autoridades americanas concederam licenças no valor de centenas de milhões de dólares permitindo à companhia chinesa a aquisição de semicondutores para telas e sensores de carros.
Contudo, as restrições comerciais para a compra de processadores utilizados em serviços de telecomunicações, impostas pela gestão Trump e continuadas pelo governo Biden seguem vigentes. Os EUA temem que as exportações de chips para uso em dispositivos 5G possam prejudicar sua segurança interna e seus interesses comerciais no mundo.
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Com isso, a Huawei recuou de sua posição dominante no mercado de smartphones e buscou novas áreas de crescimento. Os chips automotivos não são considerados sofisticados, facilitando a aprovação das vendas para a companhia chinesa.
Lista de desafetos
Após ser incluída na lista dos rejeitados pelo comércio dos EUA, Huawei passou a investir no segmento de carros elétricos. (Fonte: Huawei/Reprodução)Fonte: Huawei/Reprodução
Em 2019, a Huawei foi colocada em uma lista de desafetos do Departamento de Comércio dos EUA, que proibiu as vendas de produtos e tecnologia dos EUA para a empresa sem licenças especiais. No ano passado, as autoridades americanas aumentaram o nível de restrições e passaram a limitar a venda de chips feitos no exterior com equipamentos estadunidenses.
Para conseguir sobreviver no mercado, a Huawei vendeu parte de seu negócio de fabricação de aparelhos, em que era dominante, enquanto passou a investir em novas áreas de crescimento que ainda não estavam totalmente amadurecidas, como o setor de automóveis. O resultado da companhia foi atingido por essa estratégia e registrou a maior queda de receita de sua história no primeiro semestre de 2021.
A busca para limitar o crescimento da Huawei no setor de telecomunicações envolve também uma pressão para que outros países não estabeleçam negócios com a empresa chinesa. Recentemente, o governo dos Estados Unidos admitiu a pressão sobre autoridades brasileiras para evitar a participação da Huawei no leilão do 5G.
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