A Renault decidiu conceder férias coletivas para quatro unidades de produção de veículos em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, a partir desta segunda-feira (02). A decisão foi justificada pela falta de chips no mercado internacional. Essa é a terceira paralisação das fábricas da montada somente em 2021.
A duração da parada varia de acordo com cada área de trabalho. Os funcionários da Curitiba Veículos Utilitários (CVU), que produz furgões Master, terão férias de apenas 5 dias, com retorno previsto para o 9 de agosto. Na Curitiba Veículos de Passeio (CVP), responsável pela produção do Duster, Kwid e Stepway, os funcionários retornam ao trabalho no dia 12.
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Cada veículo da montadora necessita de 200 a 600 semicondutores para controlar todos os componentes eletrônicos do carro. Os chips são fabricados na Ásia, especialmente na China e Taiwan.
A pandemia prejudicou o frágil equilíbrio da cadeia global de suprimentos de chips, tanto por conta da paralisação de indústrias, quanto pela elevação do consumo de eletrônicos durante o isolamento social, provocando um desabastecimento geral do produto.
Escassez de chips
Renault e outras montadoras pararam produção por falta de chips. (Fonte: Renault/Reprodução)Fonte: Renault/Reprodução
A falta de semicondutores tem provocado frequentemente a interrupção da produção de automóveis no Brasil e no mundo. Em julho, a Volkswagen anunciou férias coletivas para os trabalhadores de suas fábricas em São Bernardo do Campo e em Taubaté. Chevrolet, Fiat, Hyundai, Toyota, Nissan, Scania, Mercedes-Benz e Honda também já anunciaram medidas semelhantes no país.
No primeiro semestre de 2021, a Associação Europeia de Fornecedores Automóveis (Clepa) calcula que pelo menos 500 mil automóveis deixaram de ser produzidos por falta dos componentes em todo o mundo. Mas não é só a indústria automobilística que está sendo atingida pela escassez global.
Em julho, a falta de chips provocou atrasos ou interrupções em 40% das fábricas de produtos eletrônicos no Brasil, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). A ausência do insumo tem prejudicado a fabricação de televisores, eletrodomésticos, e até celulares, videogames e computadores.
De acordo com estimativas, a produção global de chips só deve ser normalizada em meados de 2022.