O cofundador e CEO iFixit, Kyle Wiens, é mais uma autoridade a criticar a Apple por atitudes da empresa contra o chamado "direito de conserto", ou seja, a popularização de peças, ferramentas e manuais sobre como realizar o reparo e a substituição de componentes em produtos da fabricante.
"A Apple é notória em fazer isso com os processadores dos seus computadores. Tem um chip particular no MacBook Pro que há uma padronização de uma peça, e uma versão da Apple dessa parte que é muito parecida, mas modificada o suficiente para só funcionar naquele computador, e a companhia que faz isso está sob contrato com a Apple", explica Wiens, que falou durante uma audiência virtual sobre o tema.
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O executivo ainda contou que a Maçã paga uma empresa de reciclagem para destruir e reaproveitar peças que estão novas em folha, mas sobraram no processo de fabricação — só para que elas não sejam revendidas e utilizadas para reparo por quem não faz parte do sistema da companhia.
Ninguém escapa das críticas
Na fala, o CEO ainda citou que a Microsoft é outra companhia que não se preocupa o bastante com o direito ao reparo: uma das versões do Microsoft Surface, por exemplo, impedia a remoção da bateria com o uso de cola especial. Durante os testes, a equipe de Wiens teve que inutilizar o dispositivo só para fazer uma simples desmontagem.
O iFixit é dos sites mais tradicionais na avaliação de eletrônicos em termos de facilitação na assistência técnica e já acompanhou vários casos similares de proteção. O cofundador da Maçã, Steve Wozniak, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, são algumas das vozes mais recentes a lutarem pelo direito ao reparo de eletrônicos por lojas não autorizadas ou consumidores especializados.
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