A União Europeia (UE) multou, nesta quinta (7), as montadoras alemãs Volkswagen e BMW em um total de 875 milhões de euros, o equivalente a US$ 1 bilhão. As empresas foram por causa da formação de um cartel que visava restringir o desenvolvimento de novas tecnologias para a redução de emissão de gases nocivos.
Além das duas fabricantes, o esquema também envolvia a Audi e Porsche, pertencentes ao grupo VW, e a Daimler — responsável pela Mercedes-Benz. Todas as empresas admitiram a participação no cartel e entraram em acordo com a UE para reduzir as penalidades, de acordo com a Reuters.
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A Daimler denunciou a fraude e, por isso, evitou uma multa de 727 milhões de euros. Por meio de um acordo de leniência, a Volks recebeu um desconto total de 55% na multa e pagará 502 milhões de euros. A BMW foi multada em 373 milhões de euros, após ter recebido um desconto de 10%.
Como funcionava o cartel
VW, BMW e Daimler combinaram cartel para frear tecnologia de redução de emissão de gases. (Fonte: Pixabay/Reprodução)Fonte: Pixabay/Reprodução
A denúncia da Comissão Europeia aponta que as montadoras possuíam a tecnologia para reduzir emissões prejudiciais além do exigido pela legislação da UE, mas evitaram competir para fazê-lo. O fato é inédito, ressaltou a chefe antitruste da União Europeia, Margrethe Vestager, em entrevista coletiva em Bruxelas.
Durante cinco anos, os fabricantes de automóveis conspiraram em reuniões regulares para evitar a concorrência no desenvolvimento da tecnologia que elimina as emissões nocivas de óxido de nitrogênio (Nox).
As empresas combinaram o tamanho dos tanques a bordo que contém uma solução de ureia conhecida como AdBlue, que é injetada na corrente do escapamento para limitar a poluição dos motores a diesel.
Volkswagen questiona legalidade das multas
A Volkswagen afirma que questionará a decisão na Justiça. “A Comissão está entrando em um novo território judicial, porque está tratando a cooperação técnica pela primeira vez como uma violação antitruste”, afirma a montadora em comunicado.
Na década passada, a montadora admitiu que aproximadamente 11 milhões de veículos a diesel em todo o mundo foram equipados com uma tecnologia enganosa, que aumentava a eficácia do motor e permitia a emissão de mais poluentes.
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