A Apple barrou, neste domingo (4), uma tentativa coordenada pelas maiores empresas de tecnologia da China de driblar suas políticas de privacidade para aplicativos, o principal slogan da companhia atualmente. A vitória foi vista pela Maçã como um avanço no esforço global pela privacidade.
Liderado pelo motor de buscas Baidu, o portal de serviços Tencent e a dona do TikTok, ByteDance, o grupo de empresas articulou com o governo chinês uma nova forma de continuar rastreando iPhones por publicidade, mesmo que os usuários rejeitassem o uso do Identificador de Publicidade da Apple (IDFA).
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Chamado de CAID, o recurso foi testado abertamente em território chinês, antes de seu lançamento previsto para o final de março. Denunciada pelo Financial Times, a ferramenta representava uma dupla ameaça: se autorizada, seria um tiro de morte nas regras globais de privacidade da Apple; se barrada, poderia representar uma ameaça aos negócios da empresa na China, hoje estimados em US$ 50 bilhões.
Fonte: 9TO5Mac/ReproduçãoFonte: 9TO5Mac
O que fez a Apple?
O analista e escritor Eric Seufert resumiu em sua conta no Twitter a verdadeira sinuca de bico em que a companhia estava envolvida: "a Apple tem uma catástrofe em suas mãos", escreveu. A decisão se resumia a duas opções igualmente embaraçosas: rejeitar o CAID e atrair a ira de Pequim, ou aceitá-lo e reconhecer que a China poderia ter privilégios únicos no mundo.
Acuada, a Apple resolveu encarar e impôs oficialmente a proibição do CAID, abortando prematuramente o uso da ferramenta e eliminando qualquer futura tentativa de demanda. Alguns apps chineses que teimaram em listar o CAID em seus softwares na App Store tiveram suas atualizações sumariamente bloqueadas.
Para o chefe de marketing de produtos da administradora de aplicativos Branch, Alex Bauer, “o ecossistema chinês resolveu ‘chamar o touro para a briga’ com o CAID, achando que a Apple não daria conta de banir todos os principais apps do mercado”. Mas a Apple não só encarou, como bateu forte nos primeiros teimosos.
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