Diogo Mac Cord, secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, revelou ao jornal O Globo, nesta terça-feira (6), que o Governo Federal definiu o modelo de privatização dos Correios e pretende vender 100% do capital da estatal. O leilão, complementa o veículo, ocorrerá no modelo tradicional, "com abertura de envelopes."
Ativos (cerca de R$ 14 bilhões, conforme o último balanço apresentado) e passivos (R$ 13 bilhões, segundo levantamento do BNDES) da companhia serão incluídos na proposta, que deve passar por aprovação na próxima semana. A votação foi marcada pelo presidente da Câmara Arthur Lira.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Diogo Mac Cord, secretário do Ministério da Economia.Fonte: Reprodução/Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Ainda não há previsão de valores, o que dependerá tanto do edital quanto da avaliação das contas. "A empresa vai pegar o Brasil inteiro. A gente chegou a avaliar fatiar por região, mas entendemos que, para garantir a universalização, é preciso ter o subsídio cruzado dentro da própria empresa", declarou Mac Cord.
Números e expectativas
Conforme apontamentos do BNDES, os Correios apresentaram, em 2020, lucro líquido de R$ 1,5 bilhão (faturamento 6% menor em relação a 2019), mas Mac Cord salienta outras informações do banco, alegando que a empresa não possui tecnologia, tem baixa produtividade e pouca competitividade. Atualmente, são investidos R$ 300 milhões anualmente nas operações, que necessita de R$ 2 bilhões para oferecer competição aos concorrentes, indica o governo.
Estatal apresentou lucro bilionário em 2020.Fonte: Divulgação/Correios
Por fim, o projeto da Câmara determina a obrigação do atendimento a regiões remotas e os serviços de interesse social. A medida, defende o secretário, criará a infraestrutura necessária para a entrega de mercadorias em todo país, mesmo sem regulação no setor.
“A gente vai privatizar os Correios combinado com uma concessão. A Constituição diz que cabe à União garantir o serviço postal, e isso pode ser por concessão. Como garantimos? Regulando. É uma eficiência muito maior que a prestação direta", disse ao jornal.