Nos últimos dias, começou a circular no WhatsApp uma mensagem detalhando um possível novo golpe. De acordo com o texto, os golpistas utilizam o serviço do PIX para tentar enganar as vítimas.
O esquema começa quando o golpista aciona outra pessoa pelo aplicativo dizendo que errou e fez um pagamento agendado para a conta da vítima. Por causa disso, o criminoso pede para a pessoa que supostamente recebeu o valor devolver a quantia.
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“Minha colega na hora ficou tão aflita devido ao desespero da pessoa que quase transferiu, mas ainda bem que estávamos com ela, pois tinha um grande detalhe: o PIX agendado para o dia 15, no caso, ia cair hoje (sic)”, diz trecho da mensagem que circula no WhatsApp.
De acordo com a publicação que viralizou, eles pediram que a possível vítima esperasse com que o dinheiro efetivamente caísse na conta, o que não aconteceu até o término do dia. No final, o suposto golpista ainda bloqueou a vítima no WhatsApp.
O golpe pode acontecer?
O relato do golpe se encaixa na característica do PIX agendado, assim como narrado na história. De acordo com uma nota enviada pelo Banco Central do Brasil (Bacen) ao TecMundo, nem todas as instituições financeiras oferecem o serviço atualmente, mas ele passará a ser obrigatório a partir de 1º de setembro.
Ele funciona como se fosse um boleto bancário e permite o agendamento para pagamentos futuros e pode ser utilizado a partir das chaves PIX, como o CPF e o número de celular.
O que chama a atenção no suposto golpe relatado pelo aplicativo de mensagens é que, segundo o Bacen, após o agendamento, “a transação fica retida na sua instituição financeira e não constará no extrato do beneficiário da transferência”.
Por causa disso, só é possível verificar que um PIX cobrança foi realizado depois que o valor foi efetivamente transferido, o que contraria a narrativa da mensagem do WhatsApp.
Outro ponto levantado pelo Bacen é que sempre que uma transferência via PIX é realizada, o beneficiário recebe uma notificação em seu aparelho celular. “Se não recebeu a notificação, já é um indício de que não houve transação”, pontuou a instituição.
Segurança no PIX
Mesmo a história que está circulando via WhatsApp tendo furos que não a tornam crível, o banco central lembra que é preciso tomar vários cuidados em relação ao sistema de pagamentos.
A entidade afirma que a chamada “engenharia social” – que é o método utilizado por golpistas para enganar as vítimas se aproveitando da pouca informação ou inocência delas – continua sendo uma forma de obter vantagens financeiras.
Por isso, o Bacen realiza as seguintes orientações à população:
- não clicar em links enviados por SMS, e-mail ou aplicativos de mensagem de texto;
- não compartilhar senhas de acesso aos canais de atendimento da instituição;
- não atender telefonemas nem trocar mensagens com pessoas que se dizem funcionárias da instituição detentora da sua conta;
- não navegar em sites suspeitos;
- não baixar aplicativos diferentes do oficial da instituição detentora da sua conta.
A instituição também esclarece que está adotando várias medidas para ampliar a conscientização dos brasileiros sobre como evitar golpes e que o PIX conta, por exemplo, com os “motores antifraudes”. Eles permitem “identificar transações atípicas, fora do perfil do usuário, bloqueando para análise as transações suspeitas por até 30 minutos, durante o dia, ou 60 minutos à noite, rejeitando aquelas que não se confirmarem uma transação segura”.
Ainda de acordo com o Bacen, o PIX tem transações integralmente rastreáveis e por causa disso os destinatários de transferências financeiras em situação de sequestro ou outros meios de coação estão totalmente identificados.