Nesta quarta-feira (28), a família de Lee Kun-hee, ex-presidente da Samsung que faleceu em 24 de outubro do ano passado, declarou que pagará o equivalente a mais de US$ 10,8 bilhões em impostos aplicados sobre a herança do executivo. Além disso, uma vasta coleção particular de obras de arte será doada para museus públicos da Coreia do Sul.
O montante será dividido em seis parcelas distribuídas pelos próximos cinco anos, com a quitação da primeira já neste mês. "É nosso dever cívico e nossa responsabilidade", destaca um comunicado assinado pelos herdeiros e divulgado pela companhia. Após o anúncio, os preços das ações da empresa chegaram a cair 5,5%.
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"Houve decepção geral de investidores, pois detalhe algum sobre como as participações serão divididas foram revelados", indica o analista da HI Investment & Securities Lee Sang-hun.
Lee Kun-hee, ex-presidente da Samsung, em foto de 2008.Fonte: Reprodução
Os boletos vêm...
De acordo com especialistas, empréstimos e dividendos são prováveis estratégias a serem aplicadas para o acerto de contas, e dentre as discussões dos afortunados estava a possibilidade do uso de ações de empresas afiliadas como garantia para futuros movimentos, evitando, assim, que tivessem de abrir mão de suas fatias relacionadas à gigante.
Ainda assim, caberá aos interessados em mais detalhes esperar a publicação de documentos regulatórios para entenderem os reais papéis das figuras à frente dos negócios, já que estão contemplados 4,18% da Samsung Electronics, 0,08% das ações preferenciais da Samsung Electronics, 20,76% da Samsung Life Insurance, 2,88% da Samsung C&T e 0,01% da Samsung SDS.
Jay Y. Lee, vice-presidente da sul-coreana, é o maior acionista da Samsung C&T, com participação de 17,33% – e está cumprindo uma sentença de prisão por suborno e outros crimes.
Jay Y. Lee cumpre pena por corrupção.Fonte: Reprodução
Benefícios públicos
Lee Kun-hee foi o responsável por tornar a Samsung a maior fabricante de smartphones e chips de memória do mundo e continha em seu acervo pessoal, que vale cerca de US$ 1,76 bilhão, obras de Picasso, Monet e Chagall, por exemplo.
Por fim, ainda segundo a família, mais de US$ 900 milhões serão doados para melhorias nos sistemas de saúde pública do país, e metade da soma vai para a construção do primeiro hospital especializado em doenças infecciosas da Coreia do Sul.
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