*Por Rita Oliveira
O mercado brasileiro de Tecnologia da Informação (TI) precisava ganhar celeridade para o avanço da digitalização em diversos setores, contribuindo para o desenvolvimento econômico do país. Com a chegada da pandemia causada pela Covid-19, no ano passado, isso ficou ainda mais evidente, pois o trabalho remoto exigiu a contratação de profissionais de TI cada vez mais qualificados.
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Prova de que 2020 foi um ano de plena ascensão para a área tech está no levantamento recente do LinkedIn, listando 15 categorias no relatório Empregos em Alta. Os cargos em tecnologia ocuparam o segundo lugar no ranking, com crescimento constante mesmo durante a pandemia e com maior índice de vagas remotas (20% das ocupações) das 15 categorias.
Apesar da boa notícia para o mercado de tecnologia, temos ainda um longo caminho pela frente no que diz respeito à paridade de gênero, visto que o segmento de programação é predominantemente masculino. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a proporção de empregos no setor é 37% de mulheres para 63% de homens. Quando observadas as funções técnicas, a distância aumenta, sendo 23,9% de mulheres para 76,1% de homens.
Além disso, em um estudo recente da Catho, realizado em fevereiro deste ano, as mulheres contratadas na área tech representam apenas 19% dos profissionais e ganham, em média, 11% a menos que os homens. As diferenças salariais são maiores em cargos elevados, sendo 33% para engenheiros de sistemas operacionais; 31% para administradores de segurança da informação; e 30% para analistas de redes.
Por outro lado, o mercado já se atentou para essas diferenças, a exemplo das pesquisas citadas, apresentando o atual cenário, um importante passo para adaptação dos processos de seleção. Com isso, algumas empresas de recrutamento já identificaram um movimento para ampliar a contratação de mulheres no segmento, caso da Vulpi, plataforma de contratação de profissionais de TI, que viu sua base de desenvolvedoras quintuplicar em dois anos.
Esse é o desafio de centenas de empresas, não só da área tech, mas de todos os setores, de construir um time cada vez mais diverso e inclusivo. Vale ressaltar que, além das mulheres, outros grupos têm esse desafio pela frente, de apoiar causas igualmente legítimas, como a diversidade racial e a classe social no mercado de trabalho, para equilibrar essas desproporções históricas. E é satisfatório ver quantos de nós está trilhando no caminho em prol do mesmo objetivo.
*Rita Oliveira é Head de Colocação e Sucesso do Aluno Kenzie Academy Brasil.