Na última terça-feira (09), Fábio Faria, ministro das Comunicações, afirmou que a Huawei não atende, atualmente, às condições exigidas de participação na rede privativa de 5G do governo. De acordo com Faria, a fabricante teria de mudar sua composição acionária se desejasse vender equipamentos para a construção do ecossistema.
Faria complementou, durante audiência pública do grupo de trabalho (GT) criado pela Câmara dos Deputados, ter avaliado, em fevereiro, a falta de interesse da companhia no projeto, defendendo, também, não haver movimentos de autoridades para restringir fornecedoras, mas que todas estão sujeitas aos pré-requisitos mínimos de segurança e governança.
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"Não excluímos um país como a China, sendo bem direto. Se quiserem participar, que observem o acordo de acionistas deles e, se se adequarem para fazer a rede privativa, entram. Mas é direito do governo escolher que parceiro vai querer", argumentou.
Fábio Faria, ministro das Comunicações.Fonte: Reprodução/Alan Santos/PR
A Huawei não comentou diretamente o caso, mas publicou uma nota oficial.
"A Huawei está no Brasil há mais de 23 anos, sempre trabalhando com integridade, ética e transparência. Estamos comprometidos com nossos clientes, parceiros e com a transformação digital do país", disse.
Altos investimentos
A possível transferência da responsabilidade de gestão da infraestrutura para o setor privado também entrou em pauta durante as discussões, e o ministro justificou a decisão. "Não quero que o Ministério faça isso, é um valor muito alto, é praticamente a quantia anual que temos na pasta", explicou, revelando que o valor estimado da rede será de R$ 780 milhões a R$ 1 bilhão.
Por fim, Fábio Faria prevê a instalação de 3.800 antenas de 5G do tipo standalone nas 27 capitais até julho de 2022, o que exige novos investimentos de operadoras, já que tais dispositivos não permitem a reutilização da rede 4G.
"Não podemos abrir mão de tecnologia. O 5G é focado não em atender o usuário residencial, mas, sim, empresas e indústrias, a fim de conectar 'coisa com coisa', a exemplo de máquinas e sensores", esclareceu.
Faria defende transferência de 5G do governo ao setor privado.Fonte: Reprodução
Novas audiências sobre a tecnologia 5G no Brasil, incluindo um debate com a Qualcomm, estão programadas para as próximas semanas.
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