A Google é uma empresa que começou simples em 1998, como um serviço de buscas na internet, até virar uma gigante da tecnologia com projetos em áreas bem diferentes. E o empreendimento cresceu tanto ao longo dos últimos anos que ela precisou se reestruturar, ganhando uma "dona" para ajudar a traçar os seus planos para o futuro.
É a Alphabet, empresa criada em outubro de 2015 e que até hoje causa certa confusão de quem é ou não ligado no mercado da tecnologia. Afinal, a Google foi comprada por alguém? Quem são seus atuais proprietários? Essas respostas são explicadas pelos próprios cofundadores da empresa e indicam a preocupação da gigante em não se acomodar.
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Sopa de letrinhas
De acordo com a breve descrição no site da marca, a Alphabet é uma "coleção de companhias" — ou seja, uma grande empresa que tem como principal objetivo reunir e supervisionar o andamento de outras companhias.
Ela foi criada pelos próprios cofundadores da Google, Larry Page e Sergey Brin, como parte de uma reestruturação estratégica da marca. A ideia era reduzir a quantidade de subsidiárias que precisavam responder diretamente à Google sem impedir o desenvolvimento de projetos mais ambiciosos.
Page e Brin nos primeiros anos da Google.Fonte: Wikimedia Commons
Segundo a dupla, o nome tem um significado duplo: além de o alfabeto ser uma união de letras, representadas pelas empresas, o termo em inglês pode ser separado em "Alpha" e "bet" — aposta no Alfa, termo do mercado financeiro relacionado ao retorno obtido por investimentos.
Com a novidade, algumas subdivisões que antes eram parte da Google, mas pouco tinham a ver com a ideia original, passaram a fazer parte da Alphabet e são mantidas como se estivessem em uma incubadora, até que os projetos cresçam de fato e apresentem resultados palpáveis ou comerciais.
Até o site da Alphabet é bastante minimalista.Fonte: Alphabet
As "letras" da Alphabet atualmente incluem setores como:
- a Waymo, de carros autônomos;
- a DeepMind, que lida com inteligência artificial;
- a Nest, de sensores para casas inteligentes;
- a Wing, que pesquisa drones para fazer entregas;
- a Verily, que desenvolve tecnologias no segmento de saúde;
- a Google Fiber, que oferece serviços de internet via cabo;
- e a X, que tem ideias mais mirabolantes e ainda pouco desenvolvidas.
Porém, nem todos dão certo: o projeto Loon, de levar internet para localidades remotas usando balões foi descontinuado em janeiro de 2021.
Os braços que estão mais diretamente voltados para serviços de internet permanecem sob o controle direto da Google, incluindo Android e YouTube.
Para que ela serve?
Por causa da atuação do conglomerado na parte administrativa, as empresas sob o seu guarda-chuva ficam mais livres para desenvolver diretamente os projetos. Assim, a Google é considerada uma subsidiária da Alphabet, mesmo que nenhuma aquisição tenha sido feita.
As ações da Google "unificada" até 2015 foram transformadas em ações da Alphabet, mas a identificação da empresa na bolsa de valores da Nasdaq segue inalterada: GOOG e GOOGL.
E, se os números da Google já eram impressionantes antes, ficaram ainda maiores com uma empresa abraçando todos os empreendimentos. A Alphabet fechou o período de 2020 com uma receita total de US$ 56,9 bilhões, crescimento de 45,3% em relação ao ano anterior graças ao desempenho de setores, como busca, nuvem e reprodução de vídeos.
Sundar Pichai.Fonte: Google
Atualmente, Google e Alphabet estão mais juntas do que nunca. De forma inesperada, em dezembro de 2019, a dupla de cofundadores da Google anunciou a saída da empresa para focar em outros investimentos.
O escolhido para comandar a holding foi a mesma pessoa que já estava no controle da Google: Sundar Pichai, executivo veterano da divisão do Android e que agora acumula os dois cargos de CEO.
Fontes