A Amazon teria privilegiado, durante anos, um grupo reduzido de vendedores em sua plataforma na Índia e usado a relação com eles para burlar as leis do país criadas para proteger os pequenos varejistas diante do investimento estrangeiro das gigantes do comércio eletrônico. É o que mostram documentos internos da companhia obtidos pela Reuters e revelados nesta quarta-feira (17).
Segundo a publicação, 33 vendedores respondiam por aproximadamente um terço de todo o valor arrecadado com vendas na versão indiana da plataforma no início de 2019. Além disso, outros dois grandes lojistas, nos quais a empresa de Jeff Bezos tinha participação indireta, detinham 35% da receita de vendas do site, no mesmo período.
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Com isso, apenas 35 vendedores de um total superior a 400 mil utilizadores dos serviços da Amazon na Índia eram responsáveis por cerca de dois terços das vendas online naquela época, conforme apontam os documentos obtidos pela Reuters, datados de 2012 a 2019.
Versão indiana do site da Amazon.Fonte: Amazon/Reprodução
Os relatórios indicam ainda o auxílio da gigante americana à Cloudtail, lojista em que detém uma participação indireta, no fechamento de acordos com fabricantes como a Apple. Também há menção a um controle exercido por ela sobre os estoques de alguns dos principais vendedores da plataforma, apesar de a companhia dizer publicamente que todos os usuários operam de maneira independente.
Amazon nega acusações
Acusada de agir secretamente para despistar o governo indiano, a Amazon comentou que nunca descumpriu as leis do país. Ela ressaltou ter feito algumas mudanças necessárias para se adaptar à evolução das políticas governamentais locais, mas sempre dentro dos limites legais.
Quanto aos privilégios oferecidos a alguns poucos vendedores, a empresa negou dar tratamento especial a qualquer lojista, afirmando tratar todos eles de “maneira justa, transparente e não discriminatória”. Além disso, alegou que cada um deles é responsável por controlar os preços e administrar os seus próprios estoques.
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