A NASA anunciou na última quinta-feira (4) a empresa escolhida para lançar a missão Spectro-Photometer for the History of the Universe, Epoch of Reionization and Ices Explorer (SPHEREx), que vai em busca das origens do universo. Quem venceu a concorrência foi a SpaceX.
Conforme a agência espacial, o novo contrato assinado com a empresa de Elon Musk terá um custo de US$ 98,8 milhões, o equivalente a R$ 526 milhões em conversão direta, pela cotação atual. A quantia inclui o serviço de lançamento e outros custos relacionados à missão.
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Previsto para junho de 2024 (a programação ainda está sujeita a confirmação), o lançamento da missão SPHEREx será feito na base aérea de Vandenberg, na Califórnia (Estados Unidos). O foguete Falcon 9 da SpaceX será o responsável pela impulsão da espaçonave.
O telescópio está atualmente em fase de desenvolvimento.Fonte: NASA JPL-Caltech/Divulgação
Com a definição da empresa que fará o lançamento, a equipe do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e o Instituto de Tecnologia da Califórnia agora trabalham em outras etapas importantes do projeto, incluindo a montagem de hardware e software, para então iniciarem os primeiros testes.
Rastreando estrelas e galáxias
Ao longo de dois anos, a missão SPHEREx vai varrer o céu na luz infravermelha, invisível ao olho humano, para tentar responder importantes questões cósmicas referentes ao nascimento do universo e ao desenvolvimento das galáxias, fazendo uma pesquisa completa a cada seis meses.
Funcionando como um observatório espacial, a nave vai coletar dados em mais de 300 milhões de galáxias e em mais de 100 milhões de estrelas da Via Láctea, algumas delas tão distantes que sua luz demorou 10 bilhões de anos para chegar à Terra. O trabalho criará um gigantesco banco de dados.
O SPHEREx vai gerar o mapa do céu mais completo já feito.Fonte: Unsplash
Na nossa galáxia, o telescópio também irá procurar água e moléculas orgânicas, elementos essenciais para a existência de vida como a conhecemos. Essa busca específica ocorrerá em regiões conhecidas como berçários estelares, onde as estrelas se formam a partir de gás e poeira, e nos discos ao redor das estrelas, nos quais pode haver novos planetas se formando.
Os astrônomos querem usar o equipamento para gerar um mapa completo do céu em 96 faixas de cores diferentes, um avanço e tanto em comparação com os modelos anteriores. Além disso, ele poderá identificar alvos que serão investigados mais a fundo por outros equipamentos da NASA, como o aguardado telescópio espacial James Webb.
Parceria entre NASA e SpaceX
Nos últimos anos, a SpaceX vem se tornando uma das principais parceiras da agência espacial americana. Foi por meio de um contrato com ela que a NASA voltou a lançar viagens tripuladas do território norte-americano, em 2020, após quase 10 anos sem realizar missões do tipo.
A missão Demo-2, lançada em maio do ano passado, levou quatro astronautas até a Estação Espacial Internacional, a bordo da nave Crew Dragon, impulsionada pelo foguete Falcon 9. O contrato prevê um total de seis voos ao laboratório orbital, o próximo previsto para decolar em abril, levando também membros das agências japonesa (JAXA) e europeia (ESA).
Lançamento da missão Demo-2.Fonte: NASA/Divulgação
Há vários outros contratos entre SpaceX e NASA. Entre os destaques, estão os lançamentos da missão Plankton, Aerossol, Cloud, ocean Ecosystem (PACE), para estudar as cores dos oceanos, e da missão Psyche, que vai explorar o asteroide de mesmo nome. Ambas estão previstas para 2022.
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