Dois anos depois de anunciar sua intenção de atuar no país, o banco digital alemão N26 recebeu do Banco Central autorização de funcionar no Brasil. O novo banco digital chega para tomar clientes e mercado das duas maiores startups financeiras do segmento, o Nubank e o Inter.
O N26 deve atender, em um primeiro momento, somente pessoas físicas, oferecendo um portfólio de serviços financeiros tanto ligados à conta digital como de parceiros. A seguir, seriam ofertados outros produtos, como crédito e linhas de investimento.
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Um dos destaques será o serviço chamado de Spaces, subcontas contratadas via aplicativo que serviriam para, por exemplo, separar dinheiro destinado a emergências, férias ou compras futuras, acabando com a necessidade de o cliente ter uma conta para cada objetivo.
Mazelas financeiras
O N26 existe desde 2013, operando com uma base de cinco milhões de clientes espalhados por 25 países. Em rodadas recentes de investimentos, a fintech levantou quase US$ 570 milhões, aumentando seu valor de mercado para US$ 3,6 bilhões.
Com sede em São Paulo, ele terá à frente Eduardo Del Guerra Prota, conhecido no mercado por suas passagens pela Cielo e pelo Santander (Prota está no N26 desde o início de sua estruturação no país, em 2019).
A fintech tem em seu portfólio serviços para ajudar o correntista a planejar sua vida financeira.Fonte: N26/Divulgação
O banco digital alemão encontra no Brasil um mercado ideal para sua expansão. O país tem uma das uma das maiores concentrações bancárias do mundo: somente cinco instituições detêm 85% dos ativos totais do segmento comercial, mas sem apresentar inovações em serviços. É nesse nicho que estão crescendo as startups voltadas para o setor financeiro, aquecido e não afetado pelo mau desempenho econômico do país.
O Spaces do N26 deve atingir em cheio uma das maiores mazelas financeiras da população: segundo o SPC Brasil (antigo Serviço de Proteção ao Crédito), 58% dos brasileiros admitem que às vezes ou nunca planejam sua vida financeira.