A compra da operadora paranaense Copel Telecom por R$ 2,4 bilhões nesta segunda (9) pelo fundo de investimentos Bordeaux (que tem por trás o empresário Nelson Tanure) segue um objetivo anunciado quando o grupo adquiriu outra operadora paranaense, a Sercomtel, em setembro. Na ocasião, o empresário Márcio Tiago Arruda, falando em nome dos outros investidores, disse que seria criado um polo de tecnologia em Londrina, a ser expandido para fora do estado. Com a chegada da Copel Telecom ao grupo, os planos poderiam ser muito mais ambiciosos.
O Bordeax tem investido pesado nesse projeto: o controle da Sercomtel Telecomunicações custou ao grupo R$ 130 milhões, com previsão de transferência dos ativos em até um ano. Os investidores ainda assumirão a dívida de R$ 600 milhões em processos e obrigações devidas à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e precisarão ainda investir R$ 130 milhões na operadora, capitalizando o ativo.
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Quanto à Copel Telecom, o fundo de investimentos não revelou os planos para a empresa, que é lucrativa, mas vinha perdendo espaço para operadoras maiores, como a Vivo e a Oi. A estatal conseguiu levar fibra óptica a 100% dos municípios, e chegou a ser responsável por 67% de todas as conexões via fibra no Paraná.
De prejuízos a lucros
O maior investidor do fundo é Nelson Tanure, cuja especialidade é comprar empresas com problemas e vendê-las com lucro. O caso mais conhecido é o da Intelig, adquirida em 2008 com uma dívida de R$ 100 milhões, e vendida, um ano depois, por R$ 750 milhões para a Telecom Itália.
O empresário Nelson Tanure: trajetória controversa marcada por compras lucrativas.Fonte: Exame/Germano Lüders/Reprodução
Em 2016, o fundo investiu na Oi, já em recuperação judicial. Na disputa pelo controle acionário com os credores, Tanure acabou vendendo sua participação para a holding Pharol.
Por conta disso, com a compra da Sercomtel, especulou-se se a operadora se tornaria um “braço” da Oi na região. O investidor Marcio Tiago Arruda desconversou e disse que “dr. Tanure quer fazer a empresa crescer por si só e ir além de Londrina". Se a Sercomtel for absorvida pela Copel Telecom, que é sediada em Curitiba e cobre todo o PR, talvez isso se concretize.
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