A Apple e a Amazon entraram na mira da autoridade antitruste da Alemanha, conforme comunicado divulgado pelo órgão nesta quinta-feira (29). As duas empresas estão sendo investigadas no país por causa da suposta adoção de uma política da varejista, que exclui revendedores independentes de produtos da Maçã da plataforma online.
Chamada brandgating, a política em questão impõe restrições à comercialização de produtos de uma determinada marca, como os iPhones, por exemplo, com o objetivo de reduzir a pirataria. Revendedora autorizada pela Apple, a Amazon cobra uma taxa de até US$ 1,5 mil para que os produtos sejam aprovados no e-commerce, além de exigir do revendedor uma autorização de venda fornecida pela fabricante.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Dessa forma, as fabricantes acabam tendo o poder de remover os revendedores da plataforma de vendas, caso eles não sigam as normas, de acordo com a Bloomberg. Outra possibilidade de exclusão é quando eles estejam em uma posição mais vantajosa no serviço online, em relação à loja oficial (neste caso, da gigante de Cupertino).
A prática adotada pelas duas empresas objetiva diminuir a pirataria, mas não tem agradado às autoridades alemãs.Fonte: Unsplash
O Escritório Federal Antitruste da Alemanha comentou que a política brandgating é uma boa alternativa para evitar a falsificação de produtos, mas fez uma ressalva: “Tais medidas devem ser proporcionais para estar de acordo com as regras antitruste e não podem resultar na eliminação da concorrência”, escreveu o órgão.
O que dizem as empresas
As duas companhias americanas se manifestaram em relação às investigações por práticas antitruste na Alemanha. Segundo a Apple, ela prioriza a segurança dos clientes e está em “trabalho constante com policiais, revendedores e sites de e-commerce em todo o mundo para remover produtos falsificados”.
Já a Amazon ressaltou que as remoções de permissão de vendas em seu site não acontecem sem “um bom motivo”. Ela também revelou ter feito um investimento “pesado” para evitar a distribuição ilegal de mercadorias e confirmou estar em cooperação com as autoridades alemãs.
Fontes