A App Drivers & Couriers Union (algo como União dos Mensageiros & Motoristas por Aplicativo, ou ADCU) está processando a Uber em um tribunal da Holanda por dispensar e bloquear motoristas da sua plataforma através de seu algoritmo sem permitir que eles apresentem uma defesa.
A queixa foi fundamentada no Artigo 22 do Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) europeu, que determina que "aos titulares dos dados não seja imposta uma decisão exclusivamente automatizada quando houver um efeito legal significativo ou semelhante".
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A Uber, porém, alega que todos os processos passaram por revisão humana de uma equipe especializada antes dos desligamentos – mas, mesmo assim, negou aos motoristas a oportunidade de se defenderem.
Sem apelação
A ADCU, por sua vez, diz que “em cada um dos casos, os motoristas foram dispensados depois de a Uber dizer que seus sistemas haviam detectado atividades fraudulentas por parte dos indivíduos em questão. Os motoristas negam que tenham se envolvido em alguma fraude, e a Uber nunca fez tal reclamação à polícia. A Uber nunca deu aos motoristas acesso a qualquer uma das supostas evidências contra eles, nem lhes deu a oportunidade de contestarem ou mesmo apelarem da decisão de banimento”.
Múltiplos cancelamentos de viagens pelo motorista são considerados fraude pela Uber.Fonte: Reddit/Regista6/Reprodução
O site TechCrunch perguntou à Uber se a mesma equipe especializada que a empresa alega ter revisado o caso dos quatro motoristas (três britânicos e um português) dispensados também o faz em todos os casos nos quais seu algoritmo identificou atividades fraudulentas, mas não houve resposta.
A ADCU está pedindo que motoristas do Uber em toda a União Europeia que tenham sido dispensados sem direito a defesa por suposta atividade fraudulenta se juntem à futura ação coletiva contra o aplicativo.
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