A fabricante chinesa Huawei divulgou nesta sexta-feira (23) o balanço comercial da companhia para os três trimestres já concluídos de 2020. Como esperado, a companhia segue afetada por sanções políticas e comerciais, mas ainda apresenta números positivos e um leve crescimento, o suficiente para bater as metas previamente estabelecidas.
De acordo com a companhia, a receita gerada nos três trimestres do ano chega a 671,3 bilhões de yuan, o equivalente a R$ 652,2 bilhões em conversão direta de moeda. Esse número é 9,9% maior do que o desempenho da marca no mesmo período ao ano anterior — o que é o suficiente para agradar investidores, mas é uma queda enorme em relação ao último crescimento registrado, que foi de 24,4%.
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No comunicado oficial, a marca cita a pandemia da covid-19 como um fator que "colocou pressão intensa e fez produção e operações encararem desafios significativos". Por outro lado, ela foi capaz de "fazer o melhor para encontrar soluções, sobreviver e seguir adiante, cumprindo as obrigações com consumidores e fornecedores". No período mais crítico da primeira onda da pandemia, a Huawei chegou a ultrapassar a Samsung e virou a maior fabricante de celulares do mundo.
O problema é mais embaixo
Só que a Huawei deixou de fora do relatório as questões políticas e econômicas, que são atualmente o maior motivo de dor de cabeça para a marca. Afinal, ela sofre sanções pesadas dos Estados Unidos nos segmentos de dispositivos móveis (com os smartphones proibidos de usar o ecossistema do Android) e telecomunicações, com o 5G banido do país e com a realização de pressões comerciais para que outros países façam o mesmo, como o Brasil.
Algumas companhias conseguiram a liberação para voltar a negociar com a marca, como a Intel, mas a disputa continua e as sanções mais restritivas podem ser efetivadas em 2021.
Como alternativa, a empresa tem se voltado cada vez mais para o mercado chinês, com soluções em 5G, inteligência artificial e armazenamento na nuvem, além do mercado corporativo.
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