Novo passo à frente na digitalização, o lançamento do PIX está sendo um desafio para grandes instituições financeiras. O método de pagamento instantâneo recém-lançado pelo Banco Central exige que a partir de agora a tecnologia em nuvem esteja presente mais fortemente entre os bancos no Brasil. De acordo com a multinacional Claranet CorpFlex, essa é uma grande abertura rumo a disrupção em um mercado tão tradicional e conservador, que muitas vezes enxergou esse tipo de tecnologia com desconfiança e preconceito.
A computação em nuvem chega para suportar a estabilidade tecnológica que os cadastros no PIX exigem. "O lançamento da nova modalidade de pagamento já é o segundo grande indício este ano, depois da pandemia, de que a nuvem otimiza a performance das transações comerciais e oferece segurança para que informações sigilosas não sejam vazadas. E tudo isso acontecendo em meio a LGPD", comenta Diogo Santos, diretor de tecnologia da Claranet CorpFlex.
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No ano passado, uma pesquisa do Banco da Inglaterra estimou que apenas 25% das atividades dos grandes bancos mundiais estavam adaptadas na nuvem.
"Apesar de a pandemia ter levado à migração de instituições financeiras para a nuvem, o número ainda é pouco representativo e esbarra no conservadorismo dos profissionais de TI dentro dessas empresas, muitos dos quais mantêm os datacenters físicos", afirma Diogo.
Entretanto, a realidade não é a mesma para os chamados bancos digitais, que já nasceram na nuvem e possuem como público-alvo a infinidade de jovens hiperconectados espalhados pelo mundo. Um exemplo disso é o salto de clientes do Next, pertencente ao Bradesco. A instituição contava com 500 mil clientes no final de 2018 e pretende fechar 2020 com 3,5 milhões de usuários.
Andando pelo mesmo caminho, o banco de câmbio Travelex Bank, também com sistema em cloud, está otimista com a chegada do PIX. "O mercado de câmbio também viverá sua própria revolução, não somente a liquidação financeira será realizada na hora, mas a transferência de valores também poderá ocorrer minutos após a liquidação. O novo sistema de pagamentos instantâneos mostra que é possível fazer transações seguras e instantâneas na nuvem" explica João Campanelli, COO do Travelex Bank.