“A possibilidade de você fazer transações para fora do Brasil está na agenda evolutiva do PIX, mas não para o próximo ano”, disse o diretor de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, João Manoel de Mello, em um evento promovido pela Focaccia Amaral Lamonica Advogados sobre fintechs, bancos digitais e meios de pagamento na última terça (6).
Segundo ele, a internacionalização do novo sistema de pagamentos instantâneos, lançado pela autarquia no último dia 5, só deve estar disponível a partir de 2022 ou mesmo, em 2023.
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O problema para o lançamento do PIX para operações internacionais seria a “pouca envergadura” no sistema para lidar com questões de câmbio – seria preciso, segundo o diretor de Regulação do BC, Otavio Damaso, inovar a regulamentação do setor, que hoje ainda lida com uma “legislação cambial arcaica”, que não permite sistemas como o PIX.
Agenda evolutiva
João Manoel de Mello Mello adiantou, porém, o que está na “agenda evolutiva do PIX” no ano que vem: saques de dinheiro em lojas e supermercados (previsto para o primeiro semestre de 2021), pagamentos instantâneos por aproximação via celulares e cartões compatíveis com NFC e mais transferências feitas a partir de um QR Code gerado pelo próprio pagador. “O PIX é uma plataforma multifuncional, vários modelos de negócios surgirão, alguns que ainda nem conhecemos”, disse ele.
Pagamentos por aproximação serão possíveis dentro do sistema PIX em 2021.Fonte: Samsung/Divulgação
Além dessas facilidades, um acordo entre o BC e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai permitir a quitação de contas de luz em qualquer dia e horário.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, em um vídeo previamente gravado, afirmou durante o evento que garantir a segurança cibernética dos serviços financeiros – que devem experimentar crescente inovação e digitalização – é a principal função da autarquia, acrescentando que “o surgimento de novas tecnologias trará cada vez mais novos desafios para a organização dos negócios e para a regulação do setor financeiro”.