O The Wall Street Journal divulgou neste domingo (4) o conteúdo de um documento descrevendo a suposta defesa do Facebook, frente a uma possível determinação do governo norte-americano impondo a separação entre a empresa e seus afiliados Instagram e WhatsApp.
No documento de 14 páginas, a defesa do gigante das mídias sociais alega que, se adotada, a medida governamental desafiaria a lei estabelecida, custaria bilhões de dólares e prejudicaria os consumidores.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
A defesa adota uma tese de “complete non-starter”, termo inglês que define um projeto sem nenhuma chance de sucesso. Com isso, querem dizer que, se as autoridades da Comissão Nacional do Comércio (FTC na sigla em inglês) não tivessem aprovado as aquisições no seu início, em 2012 e 2014, o Facebook não teria investido bilhões de dólares nos dois projetos.
O Facebook se recusou a comentar a respeito do vazamento.
Opinião dos especialistas
Especialistas em políticas de tecnologia e ações antitruste explicam que uma defesa nos termos citados não se sustentaria. O professor da Universidade de Colúmbia Tim Wu afirmou ao The Wall Street Journal que apontar a aprovação anterior da FTC seria “um argumento fraco”.
Para Wu, quando a autoridade reguladora analisou os processos da compra do Instagram e do WhatsApp pelo Facebook, não imaginou que a empresa estaria se preparando para "esmagar a concorrência". Face à mudança das circunstâncias, ele próprio não iria descartar uma separação, não importando a dificuldade resultante.
Embora não tenha comprovado a autenticidade da peça de defesa, a verdade é que o Facebook deverá ser obrigado a oferecer algum tipo de defesa em breve. Há fortes rumores de que a FTC prepara um processo antitruste até o final de 2020, e a câmara dos deputados dos EUA também poderia divulgar os resultados de uma investigação (tipo uma CPI) sobre o assunto até o final de outubro.
Possivelmente, nenhum dos documentos será amigável ao Facebook, que deve estar se preparando para o pior.
Fontes