Em razão das restrições impostas por Donald Trump, a Huawei pode fechar 2020 com uma queda de 30% nas suas vendas. A análise foi realizada pela consultoria de mercado TrendForce, que comparou o atual desempenho da chinesa ao do último ano.
Em 2019, a Huawei registrou 240,5 milhões de vendas. Em maio deste ano, quando a chinesa ainda tinha permissão para utilizar tecnologias e componentes dos Estados Unidos, a previsão era de 190 milhões de vendas até dezembro. Agora, espera-se um número 10% menor, cerca de 179 milhões.
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Crescimento na pandemia
Apesar de a pandemia ter afetado muitas empresas negativamente, a Huawei foi um ponto fora da curva, registrando um crescimento gradativo nos primeiros seis meses deste ano. Ao final do segundo trimestre, a chinesa foi considerada a maior fabricante de celulares do mundo, de acordo com uma pesquisa da Canalys.
Essa conquista foi possibilitada pela decisão da China em reabrir sua economia antes de outros países que também foram atingidos pela covid-19. Outros fatores também colaboraram para este crescimento, como a queda da Samsung, por exemplo.
No entanto, quando foi a público que a Huawei decidiu analisar os impactos das proibições norte-americanas, interrompendo o recebimento de alguns componentes de seus fornecedores, especialistas já esperavam uma redução nas vendas.
Mercado chinês
Enquanto a fabricante está em queda livre, suas rivais estão tomando fatias maiores do mercado chinês. A Xiaomi, por exemplo, deve vender 145 milhões de celulares — o que representa um crescimento de 11,2%. Apesar de a concorrência ter crescido, a TrendForce acredita que a Huawei continuará liderando o mercado de smartphones na China, pelo menos até o final do ano.
Em 2021, o cenário pode piorar. Segundo a Strategy Analytics, chinesa vai registrar "apenas" 59 milhões de vendas. No entanto, caso fabricantes como Samsung e Qualcomm consigam liberação para negociar com a chinesa, os impactos podem ser menores.
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